quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Zeitgeist, Hórus e Jesus

Pela quantidade de bobagens que circulam na internet, uma das mais preocupantes e destrutivas a meu ver é a pregação que Jesus Cristo não existiu. As comparações com lendas, ou outras divindades teriam provado que Jesus seria um plágio, feito para controlar as massas, e manipular pessoas de mente fraca para tirar-lhes algum proveito.

A lenda de Hórus do Egito então entra na jogada como um dos maiores exemplos de plágio cristão, dizendo que a história de Hórus é exatamente a mesma que a de Jesus. Um dos grandes defensores de que Jesus teria sido um mito pode ser visto no filme Zeitgeist, e muitas polêmicas foram levantadas sobre isso. A meu ver, o problema maior disso é que ninguém checa as fontes de onde essa informação está vindo, e simplesmente aceitam qualquer coisa que lhes aprazia, como no caso de Jesus não ter existido de fato.

Segundo a Wikipedia,Na mitologia egípcia, Hórus (ou Heru-sa-Aset, Her'ur, Hrw, Hr ou Hor-Hekenu) é o deus doscéus[carece de fontes], muito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte deOsíris.[carece de fontes] Hórus era filho de Osíris[1].
Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Seth, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito[carece de fontes].
Note o “carece de fontes” escrito em praticamente toda frase na Wikipedia.
No filme Zeitgeist, o primeiro capítulo do vídeo conta que a lenda de Hórus tem uma incrível coincidência com Jesus Cristo. E consigo ver claramente os enganos que Peter Joseph, criador do filme, proclamou. É dito no filme que Hórus naceu em 25 de dezembro, de uma virgem. Já começa errado aí, pois não há um só local na Bíblia que diga que Jesus nasceu dia 25 de dezembro, mas sim no final da primavera e começo do verão. Dia 25 de dezembro em Nazaré é inverno, e à propósito, Natal é uma festa pagã. Mas, voltando ao Hórus ter nascido em 25 de dezembro, isso também está errado, de acordo com o livro “Isis and Osiris” de Plutarco traduzido por Frank Cole Babbit, 1936, Vol 5 Loeb Classical Library, Hórus nasceu em agosto, mais ou menos entre os dias 24 e 28. Sua mãe também não era virgem, seu pai foi Osiris, morto por seu irmão Seth, que foi trazido à vida por um encantamento para engravidar Isis, e assim dar a luz a Hórus.

Também é dito sobre uma estrela que apontou o caminho para três reis no nascimento de Hórus. Bem... isso não existe. Não há um só documento histórico que diga isso. Fonte aqui. Também não se sabe se Hórus foi professor aos 12 anos, como afirmado em Zeitgesit, ou mesmo batizado aos 30, muito menos se andou sobre as águas. Isso tudo foi inventado pelo Peter Joseph, assim como as nomeações que ele deu a Hórus, a luz, a verdade, o cordeiro de Deus, etc. Também não teve 12 discípulos, mas sim 4, e não há evidências que foi traído por Typhoon, pois de acordo com a lenda, Hórus nunca morreu, mas sim se mesclou com o deus Rá, e assim nunca foi crucificado, nem ressuscitou no terceiro dia. Além disso, Jesus escolheu ter 12 discípulos talvez por causa das doze tribos de Israel! Nada tem com os sígnos do zodíaco, e o número 12 se repete na Bíblia desde Gênesis, por toda a Bíblia. Mais fontes aqui. Além disso, as comparações com outras divindades nesse mesmo vídeo também se provam bem grosseiramente falsas, e uma simples pesquisa em uma fonte séria comprova isso.

A Bíblia foi atacada e perseguida por dois mil anos, a até hoje nada conseguiu desprovar a história dita lá, muito menos a teoria da evolução, que é uma teoria (não há provas), e pensar em macroevolução para mim é tão ridículo quanto para os ateus é ridículo a ideia de Deus, só que cada um de nós está baseado única e exclusivamente na sua fé, pois ao contrário do que pregam, não há provas.

Estou lendo um livro chamado “O Ponto de Mutação”, do físico teórico Fritjof Capra, e claramente percebo que a ciência precisa agora começar a pensar mais holisticamente, e o método científico, assim como a visão mecanicista do mundo já não se adequam nos tempos atuais, pois existe algo que vai além da soma das partes. Não sou contra a ciência, e só para defender meu ponto de vista, ciência e religião deveriam conviver juntas, e a meu ver uma não deveria contradizer a outra, como antagônicos, pois tudo faz parte de um todo, e no meu entendimento esse todo é Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo de Deus como está escrito na Bíblia Sagrada.

Só para finalizar, o nome Zeitgesit significa “espírito da época” em alemão, e diz muita coisa da época que estamos vivendo, ou seja, uma falta de fé das pessoas em prol de uma ciência  ainda sem forma, mecanicista, e ainda misturada com crendices da internet, especialmente do youtube, que não consegue provar coisa alguma, baseada em teorias da conspiração que mudam tanto quanto eu troco de cueca, e esse mesmo espírito talvez tenha sido previsto na Bíblia, em 1 Timóteo 4:1-2

Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Feicibuqui


    Pois é, demorou um pouquinho mas o Facebook virou “Feici”, ou seja, ficou popular. Passou pela “Orkutização”, que já era até esperada, mas nunca desejada. Isso quer dizer que usar o Facebook hoje em dia não é uma experiência agradável, como fora outrora. E o motivo? A maldita inclusão digital. Não é preconceito, quero deixar claro. É conceito mesmo, formado e comprovado, de gente que não deveria ter o direito de usar um computador. 

    Quando entrei no Facebook a maioria das pessoas já era incluída digitalmente, e a maioria também já sabia das piadas velhas, sem ficar postando sucessivamente a mesma bobagem de cinco anos atrás. Normalmente sabia escrever corretamente e tinha educação. Depois, com a leva de gente que nunca tinha visto um PC na vida, tivemos um feedback ruim de diversas coisas que são abomináveis nas redes sociais de volta à tona. 

Vamos às top 8 postagens ruins: 

#1 Religião
Esse é de longe a mais chata e preocupante das publicações. Veja bem, sou cristão, batista e batizado, mas não gosto de gente que fica postando baboseiras de religião no Facebook. Até você contar uma graça recebida, ou agradecer algo que te aconteceu é uma coisa. Agora ficar todo santo dia postando imagens de Jesus pedindo pra você compartilhar é demais! Primeiro, Facebook não é igreja. É um local para você dividir algo com os amigos para que eles possam comentar. Talvez um artigo interessante, um livro bom, uma mensagem bíblica, algo do tipo. Ficar mandando fotos de nossa senhora a cada dez minutos é totalmente sem sentido, ainda mais quando conhecemos que a vida da pessoa não é nada santa (longe disso). Aí fica bem pior. Fala bonito e vive feito, agora também no Facebook. 

#2 Pessoas desaparecidas ou cachorros perdidos
Sério, que tipo de demente coloca fotos de crianças desaparecidas ou cachorros desaparecidos no Facebook? Por acaso eu sou da polícia? Sou sequestrador pedindo resgate? Então, como diria a Dona Florinda, vá colocar essas fotos na casa da sua avó! Eu não vou olhar a foto e sair procurando a criança ou o cachorro, pelamor!

#3 Aplicativos
Meu Deus, como tem desocupado no mundo. É o dia inteiro com Farmville, mandando convites para tirar leite da vaca virtual. Sério, você é muito, muito chato. Já reparou mesmo que você é chato? Se não reparou, pare, se olhe nos espelho, dê um sorriso e diga: EU SOU CHATO PRA KCT.

#4 Piada Interna
Me comove. Acho que são pessoas solitárias que buscam aceitação. Colocam assim: “Agora quebrou a boneca! Dança, dança, dança e não para mais!”. O que você entende por essa frase? Nada, não é mesmo? Então por que é que o animal filho de primas coloca uma frase dessas? Pra ter alguém (ele é sozinho, lembra?) que vai perguntar “que merda é essa, mano?” Aí ele não explica, só comenta: “é a dança do lobisomem anão!” Afe, me exclua de sua amizade, por favor.

#5 Corrente
Seja de qualquer tipo, de qualquer coisa, é muito chato. Não vou passar pra frente, nem que seja uma campanha para deixar o Brasil menos burro. Não acho legal e não acho que o Facebook vai efetivamente mudar alguma coisa. Para com isso, por favor. Não resolve.

#6 Futebol 
Olha, vou te falar, o Facebook está começando a me fazer odiar futebol. Nunca imaginei o quão estúpido seria ficar mandado os outros chuparem, tomarem, enfiarem, ofendendo, xingando, praguejando, etc. Se você tem um time, torça por ele. Pra que ofender os outros? Minha nossa senhora dos crentes, pare com essa bobagem de ofender. Torça para seu time, faça festa quando ele ganha, mas pare de ofender quem não compartilha do mesmo time que você. Se não sua estupidez vai ficar tão grande que vai implodir numa força gravitacional gigante e gerar um funkeiro / pagodeiro / sertanejo que coloca o som do uno velho no máximo tocando o tchu tcha tcha (ápice do estúpido).

#7 Assuntos desinteressantes
Tive que bloquear uma pessoa que ficava colocando a cada dois minutos: “entrei na aula.”, “sai da aula”, “comi um X-Bacon”, “limpei a boca”, “voltei pra aula”, “que chata essa aula”, “quero ir embora dessa aula”, “o professor é feio” ... Caraca, como pode ser TÃO chato? Não tenho o MENOR interesse em saber da sua maldita aula. Se você está no Facebook durante a aula, provavelmente não está aprendendo nada mesmo, então saia dessa merda e vá pra casa! Só pare de mandar esses status malditos!

#8 Gente que nunca vi querendo ser meu amigo
Tem gente que quer te adicionar por ser amigo do cunhado do primo da tia da vizinha. Aí você (com uma cãibra no cérebro naquele dia) adiciona o cabra. Pronto. Agora vai ter que aturar fotos de nossa senhora pedindo para você compartilhar, cachorro perdido, criança desaparecida, piada velha, piada interna e todo tipo de bobagens que citei acima. É o cúmulo do arrependimento.

Seja coerente. Se você acredita que compartilhar essas coisas estúpidas vai te fazer popular, saiba que aumenta consideravelmente a vergonha alheia por você. Caia na real pense na próxima vez que for compartilhar algo. E se curtiu esse artigo, compartilhe.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O desenvolvimento

"Bem, o desenvolvimento da tarefa que temos é bem simples. É o seguinte: Você terá que dizer 'Bom Dia!' para um grupo de pessoas."

"(...) Só isso? Só dizer 'Bom Dia' e é isso?"

"Exato. Fácil né? Em quanto tempo você me entrega?"

"Mas e os detalhes? Digo, quem são essas pessoas? Quantas são? Onde elas estão? Estarão juntas ao mesmo tempo para eu falar bom dia de uma vez? Preciso saber um pouco mais dos detalhes para te passar o prazo exato"

“Pô, eu não tenho os detalhes. A terefa quem me passou foi o fulano. Conversa com ele sobre esses detalhes depois, mas você precisa me dar um prazo para término agora.”

“Então, como te disse, só posso te passar o prazo quando souber quem são as pessoas, onde elas estão, se virão até mim ou se irei até elas, se terei que dar o bom dia individualmente ou em grupo, etc. Isso tudo influencia bastante no prazo que tenho que te passar”

“Eu sei, eu sei, você já me disse isso. Só que a gerência precisa de um prazo, e você terá que me dizer esse prazo já. Tem que ser agora porque estou entrando em reunião para passar isso.”

“Tá, então sendo essa tarefa simples, posso te passar uma hora de trabalho? Pode ser?”

“Uma hora!? Só pra dizer um 'Bom Dia' você leva uma hora?”

“Não levo uma hora só para dizer 'Bom Dia', apenas estou tentando, faz um bom tempo, te explicar que não tenho os dados suficientes, e já que tenho que dar um prazo, estimo que tenhamos umas cem pessoas a quem terei que dar 'Bom Dia' individualmente.”

“A gente precisa conversar melhor sobre isso. Não posso ficar trabalhando com esses prazos largos que você me passa. Vamos assumir que sejam duas pessoas e elas virão até você ao mesmo tempo. Quanto tempo então para dizer um simples 'Bom Dia'?”

“Bem, nessas características, apenas dois segundos de trabalho é suficiente.”

“Tá vendo como podemos melhorar? De três mil e seiscentos segundos você reduziu o prazo para dois segundos! É isso aí.”

“Eu reduzi baseado no que você falou. Esse prazo pode mudar totalmente assim que souber dos detalhes que preciso para o desenvolvimento. Quem vai testar se o 'Bom Dia' foi bem dado?”

“Testar? Bem, isso ainda não foi determinado. Mas você saberá mais ao longo do dia quando receber o documento inicial...”

“Ok. Assim que receber ajustarei o prazo se necessário.”

“Credo, não vai precisar não! Como você é pessimista, meu Deus...”


[algum tempo após o documento de especificação ter sido recebido e lido]


“Oi. Então, li lá o documento que contém três linhas, e preciso realmente ajustar o prazo. Não tinha absolutamente nada a ver com a especificação inicial que você me passou. Primeiro que não é 'Bom Dia'. É um poema original em russo que tenho que fazer. Segundo que o "grupo" é nada mais que toda a população da China. E tenho que declamar o poema individualmente para cada cidadão. E terei ainda que ir até lá fazer isso, pois eles não virão até mim nem posso fazer isso em grupos com mais pessoas.”

“Como assim mudar o prazo? Você já me deu o prazo e eu passei para a gerência! Eles estão trabalhando com esse prazo que você passou com o cliente! Não posso agora nessa altura do campeonato chegar para eles e mudar tudo de novo! Não dá! Resolva em dois segundos.”

“Olha, é impossível escrever um poema original em russo e declamá-lo para todos os chineses em dois segundos. Não há a menor possibilidade disso acontecer. Preciso de um prazo muito maior, porque quando te dei o prazo foi baseado no que você tinha dito e agora que li a especificação vi que não tem nada a ver com o que você me tinha dito antes.”

“Como não? É falar alguma coisa para um grupo de pessoas. É exatamente isso que o documento diz para fazer e foi o que eu te disse! Assim não dá! Desse jeito vou ter que procurar outra pessoa que seja mais dinâmico! Toda vez é a mesma coisa! Você não consegue entender a importância desse projeto?”

“Ok, posso te indicar uma pessoa que consiga fazer isso em dois segundos?”

“Me diga então quem é, porque vou ter que colocá-lo no projeto. Isso tem que sair de qualquer jeito. Quem é a pessoa?”

“Jesus Cristo. Negocia lá com Ele.”

“Certo. Anotei aqui. Você tem o ramal dele pra me passar?”

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nos dias de hoje

A maioria tem a nítida impressão que o mundo caminha para frente. O tempo anda em uma só direção. A velocidade da luz é intransponível. E a modernidade é sempre uma coisa boa. Imaginamos no passado distante que em 2012 teríamos carros voadores. Que teríamos robôs serviçais, que usaríamos roupas inteligentes, viveríamos até os 300 anos e que o petróleo seria coisa do passado. Imaginamos muita coisa que não ocorreu. É inegável que tivemos um avanço tecnológico muito grande nesse último século. O que não imaginamos, ou talvez não fomos tão pessimistas assim, era que para algumas coisas a modernidade chegou de forma errada. Coisas que foram (re)inventadas para suprir necessidades que nunca existiram e os efeitos colateriais de certas invenções, que até o momento não se sabe ainda como resolver alguns desses problemas. Vejamos alguns exemplos:

Embalagens
    Não é possível que todas as embalagens de leite atuais sejam tão complicadas assim. Antigamente era um saquinho, ou uma garrafa com rolha (bem mais antiga), mas hoje a tecnologia mudou isso. Só esqueceram de avisar ao engenheiro que aquilo que ele criou é uma merda. Tem uma embalagem específica que compro que simplesmente não funciona. Todas as 50 vezes que abro, 49 estoura o lacre na minha mão e espirra leite até meus cotovelos. Preciso então pegar uma faca e cavucar o resto do  buraco do leite. Ninguém testou não? Ou melhor, percebi que se o leite está em temperatura ambiente, ele abre bem. Isso significa que ninguém testou APÓS ser resfriado na geladeira! Outras embalagens de leite abrem fácil, mas o leite sai “à galope” como disse um amigo meu, e você toma um banho junto. É melhor abrir seu leite pelado e antes de tomar banho. Outra embalagem que é retardada são os saquinhos de salgadinhos em geral. Sério, aquilo foi sacanagem de estagiário. Não é possível. Ninguém com um cérebro pensaria em desenvolver uma porcaria dessas. NUNCA abre no picote, e ou estoura de uma vez, fazendo a “chuva pública da vergonha”, ou rasga de fora a fora (fora inclusive do picote), salgando seu saco nesse processo. É a mosca do cocô do cavalo do bandido mesmo.

Meios de pagamento 
Antes você entrava num mercadinho, pegava as coisas com os preços etiquetados e pagava no caixa com dinheiro, saia feliz da vida. Hoje é um parto fazer compras. Primeiro porque as coisas não tem preço. Fica a critério da sua surpresa ao passar no caixa. As gôndolas que deveriam marcar quanto custa a mercadoria sempre estão com a etiqueta desaparecida (coincidentemente), e nem adianta tentar passar o código de barras naquele maldito aparelho que NUNCA funciona. O cara que criou aquele aparelho deve ser o mesmo que criou as embalagens de leite (e o sistema de catracas). Aí você chega no caixa para pagar, e a bobina acaba. A caixa pede pra outra pessoa pegar uma bobina no estoque. Depois de trocada, pergunta seu CPF para verificar se você é cliente. Ou não entende seu CPF ou erra umas oito vezes. E chega a vez do pagamento com cartão, que invariavelmente demora para autenticar sua compra, quando autentica de primeira. E você ali, com cara de pastel, questionando a modernidade.

Catraca
Antigamente as catracas eram mecânicas, e marcavam quantas pessoas entravam ou saíam de um determinado local. Aí teve um gênio que resolveu colocar um “sistema” pra controlar “melhor”. Só que ele não pensou em um pequeno detalhe: Fazer um sistema rápido e que funcione. Aí você passa na catraca e ela resolve travar alguns centímetros depois que seu cérebro pensou que ela iria funcionar. É um arreio no meio dos países baixos que me dá vontade de voltar e pular com os dois pés na maldita cadela. Tudo porque o sistema é uma porcaria, feito por amadores, e não autenticou sua passagem. Qual catraca que você conhece que funciona? Até hoje não conheço nenhuma, e a cada dia só pioram.

Senhas
Essa pra mim é o pior efeito colateral da modernidade. É um absurdo a quantidade de senhas que temos que decorar, ou anotar num papel, o que faz menos sentido ainda ter senha. Senha só serve para atrapalhar, e como o reconhecimento biométrico ainda é ficção científica, pois na prática não funciona, ainda temos que depender de decorar senhas. E a cada dia fica mais difícil. Agora o mínimo aceitável são oito dígitos, com símbolos e maiúsculas com minúsculas, não pode ser isso ou aquilo, não pode conter determinada sequência, etc. Tudo isso por causa de uma minoria que ou é mal intencionado em burlar a segurança ou é burro de colocar senhas ridículas. Mais ridículo é clicar em um e-mail de banco pedindo para digitar sua senha. E olha que teve gente da minha área de informática que caiu nessa. 
O banco em que tenho conta pede 3 senhas para acesso pela internet, e ainda instala um programa no seu computador. A cada dia ele inventa mais um treco para complicar o acesso. Não seria mais interessante, mais barato e mais eficiente a humanidade investir em leitura da íris, ou impressão digital eficiente, em vez de rebolar para criar uma miríade de maneiras de colocar senhas nas coisas? Eu duvido que o que se paga com fraudes é menor que desenvolver um dispositivo de leitura da impressão digital. Duvido.

Médico
Graças ao avanço da medicina foi possível desvendar todos os problemas do corpo e mente em apenas dois únicos problemas: Ou é stress ou é virose. É o bóson de Higgs da medicina. O Santo Graal médico. No mundo moderno, quando precisamos fazer alguma consulta (e quando conseguimos atendimento) já podemos fazer nossas apostas sobre o diagnóstico. Temos 50% de chances de acerto, já que estamos sempre um dos dois casos acima (vale até tirar a sorte na moeda). E além disso, antes mesmo de você sentar na cadeira do consultório o médico já te receitou algum remédio (medium), o qual você toma só por tomar, já que nem stress nem virose são curados com drogas. E mais: O atendimento dura no máximo 8 segundos! Isso sim é que é modernidade!

Por essas e outras fico imaginando o mundo em 2112. Se o calendário maia permitir, provavelmente estaremos com algumas modernidades realmente ridículas, e com saudades de quando a vida era um pouco mais fácil de se viver.

sábado, 5 de maio de 2012

Hyperion Cantos

Hyperion e The Fall of Hyperion são dois livros que fazem parte da obra Hyperion Cantos, escritos pelo norte americano Dan Simmons, entre 1989 e 1998 num total de quatro livros. Li os dois primeiros, o que me motivou a escrever sobre eles. O tema é ficção científica, mas chego a pensar que esses são livros de arte, ou alguma forma de poema, embora de narrativa prosaica. Complexo, cheios de referências, muita coisa não explicada que permitem dúvidas e interpretações, fazendo dessa obra algo encantador. A trama acontece de um futuro do século 29, numa mistura de ciência com religião, cuja Inteligência Artificial (doravante A.I.) faz parte da vida humana bem mais que a internet de hoje em dia. Essa internet do futuro (chamada "WorldWeb") é muito mais evoluída, totalmente controlada independentemente dos humanos,o que nos permite povoar novos mundos através da oferta tecnológica do Core (uma singularidade), e com isso a população humana cresceu para 100 bilhões. Nesse futuro, a Terra foi destruída por um aparente acidente causado por essa mesma A.I., chamado no livro de “o grande erro” (The Big Mistake), forçando todos a fugirem da Terra num enorme Êxodo, conhecido como Hegira. A A.I. oferece aos humanos, entre outras coisas, uma tecnologia chamada Farcaster, os  portais que possibilitam viagem para grandes distâncias. O centro de comando da A.I. é conhecido como TechnoCore, o qual descobriu como viajar no tempo, e evoluiu absurdamente a partir desse conceito, permitindo-lhe o tempo necessário de evolução através dessas viagens temporais e a construção de uma “entidade” própria, apartando-se da humanidade (daí a singularidade, ponto teórico onde a tecnologia avança mais que o conhecimento humano).

No primeiro livro, temos uma história misteriosa, com elementos ainda mais misteriosos e não explicados. Tudo gira em torno de um planeta chamado Hyperion e sobre a viagem de seis peregrinos para lá. O primeiro livro começa “in media res”, ou seja, no meio da história e depois desenvolvem-se os flashbacks a partir dos contos de cada um desses peregrinos e como foram parar nessa viagem, bem como suas motivações. O primeiro livro resume-se basicamente a uma grande introdução do universo de Hyperion, extraído dessas seis histórias e toda a contextualização geral de Simmons, com o foco especial em uma criatura existente em Hyperion chamado The Shrike. Esse ser é uma espécie de anjo da destruição (chamado de “O Senhor da Dor”), enviado por alguma coisa que não sabemos o que é, e seu objetivo é simplesmente destruir o que encontra pelo caminho. Embora muitos não acreditem no Shrike, e o consideram como uma lenda (pois ninguém que o viu viveu para contar), ele é real no livro e faz parte da vida dos peregrinos de alguma forma. Existem até adoradores desse Shrike, na chamada Igreja da Última Expiação (Church of the Final Atonement). O Shrike consegue mover-se no tempo, indo do passado para o futuro sem maiores dificuldades. Aparece onde quer, quando quer, aparenta ser onipresente e onipotente e ainda tem o poder de congelar o tempo. Uma graça.



Também em Hyperion, existem as Tumbas do Tempo (Time Tombs), que estão localizadas em um vale rodeado por um campo anti-entrópico, ou seja, as tumbas não andam para frente no tempo, mas para trás (parece ter vindo do futuro), e é nesse vale anti-entrópico que habita o Shrike.
Detalhe é que em português a tradução de shrike é picanço, o passarinho que tem o estranho hábito de empalar suas vítimas.



Estou tentando dar uma resumida aqui porque o livro é muito complexo e detalhado, a quantidade de referências é enorme, e ainda por cima estou tentando não contar nenhum spoiler. Já vou adiantar que é necessário ler o segundo livro para fechar a história do primeiro. Na verdade é uma história só dividida em dois livros. Certamente foram os mais complicados que li, e pelos reviews que encontrei pela internet, as opiniões são diversas. Apesar disso, o primeiro ganhou dois prêmios importantes de ficção científica, o Locus Award e o Hugo Award, sendo este último o prêmio mais importante do gênero, e o segundo livro também ganhou dois prêmios, o Locus Award e o British Science Fiction.

A história contida nos dois livros é muito interessante e faz essa junção de ciência e religião de uma maneira muito estranha e ao mesmo tempo muito curiosa. Embora não me afeiçoe com a ideia do deus de Simmons, ainda assim acho que foi uma ideia muito bem elaborada conseguir juntar essa ciência e religião num mesmo plano dentro de uma obra de ficção científica com essa complexidade. Nisso o livro nos deixa de queixo caído com a construção e desfecho desse tema.

Vale a pena também dizer que Hyperion Cantos de Dan Simmons foi fortemente baseado nas obras homônimas do poeta inglês John Keats (1795 – 1821), inclusive há um “personagem” chamado John Keats em ambos os livros, e vários personagens vindos dos poemas. Keats, o poeta, escreveu Hipérion e A Queda de Hipérion (Hyperion e The Fall of Hyperion respectivamente) e lendo parte dessas obras percebi que os elementos lá contidos estão totalmente engajados nos livros de Simmons, com enfoque na ficção científica. A obra Hipérion do poeta não foi concluída, pois ele desistiu antes. Ainda preciso ler mais sobre Keats para entender suas motivações em escrever sobre Hipérion, um dos 12 Titãs da Grécia Antiga, mas de qualquer maneira é um poema muito interessante e ao mesmo tempo intrigante.

Achei ambos os livros muito bons. Daria nota 8,5 para o primeiro e 9 para o segundo. Minhas notas se justificam pela falta de explicação de alguns elementos contidos nos livros. Por exemplo, o primeiro não conclui nada, porém é muito legal os mini-contos dos peregrinos. O segundo conclui a coisa toda, mas deixa muitas perguntas não respondidas. Ainda assim, juntando-se a ideia e a quantidade de referências e paralelismo que podemos traçar, vale muito a pena ler as quase mil páginas. Recomendo.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cortando o cabelo

Esse final de semana fui cortar o cabelo e vi o quanto mudou esse serviço desde quando era criança. Antigamente, cortava o cabelo na barbearia do Seu José, que era um senhor que não falava muito. Na verdade eu sempre achei que ele era mudo, pois só acenava com a cabeça e sorria. Inventei também o nome Seu José, pois seu José nunca me disse seu nome. Como era criança, não tinha muita conversa mesmo para ser dita, pois o que diria ao Seu José além de bom dia? Bem, entendia que não tinha muita conversa mesmo. Entretanto uma coisa que gostava muito da barbearia do dele era a velocidade do serviço. Em apenas 10 minutos meu cabelo estava cortado. Era como se eu fosse até a banca de jornal comprar o novo número do gibi do Batman e no meio do caminho cortava o cabelo. Simples, rápido e barato. Não precisava marcar. Era chegar e cortar (pois era rápido para todos).

Hoje em dia isso mudou e cortar cabelo tornou-se um evento. O Seu José morreu (acredito eu, pois já tinha uns 90 anos quando eu tinha 10 e o homem mais velho do mundo tem 115 anos e não é o Seu José). Pra começar, não temos mais barbearias em São Paulo. Agora só temos salões chiques ou salões que querem ser chiques mas não são. E os dois tipos que existem são ruins pelos motivos abaixo:

Salão de pobre não chique:

  1. Você marca com a Joseclaynette por telefone e quando chega não tem nada marcado. A Joseclaynette tinha sido despedida aquele dia e esqueceu de marcar seu corte. Foi um barraco a despedida dela, menino! Falou um monte para o patrão e ameaçou matar todo mundo com uma tesoura enferrujada, acredita?
  2. É uma sujeira dos infernos o salão. Não tem baratas porque elas foram embora de tanta sujeira. São baratas sim, mas ainda sobra um pouco de dignidade.
  3. Se o sofá que você senta na espera tiver menos que quatrocentos furos ou rasgos você deu sorte. Fora o fato que você fica entalado no sofá quebrado e precisa de um abdome do Michael Phelps para sair de lá.
  4. Tem um monte de gente gritando e gritando falando sobre a vida dos outros. Muitas vezes tem crianças correndo, ranhentas, berrando (aprendem desde cedo) pelo salão
  5. Tem sempre um gato magro te roçando ou um cachorro pulguento desanimado num canto.
  6. O shapoo que usam é uma espécie de Dolly dos shampoos. O cheiro é inacreditavelmente irritante.
  7. O cabeleireiro faz força para ser bicha, e fica fazendo caras e bocas para uma outra funcionária, pensando que você não está notando, sobre a manicure ao lado fazendo a maior caca na unha da patroa
  8. Não aceita cartão, e se aceita ninguém sabe mexer na “maquininha”
  9. A conversa é sobre big brother, novela, futebol ou sobre a Brigitteliete que saiu do salão e foi ganhar bem mais como no jogo do bicho da banca da esquina. Comprou até um carro parcelado em 60 vezes e está grávida de novo.
  10. A espera é relativamente rápida, mas é tortuosa devido ao sofá, ao cheiro do Dolly Shampoo, a gritaria dos infernos e as revistas. A revista mais nova tinha na capa Tancredo Neves e a Wilza Carla magra.

Salão chique:

  1. Desnecessariamente caro.
  2. Você espera no mínimo uma hora e meia antes de ser atendido. Com cafézinho, água mineral com gás, num sofá limpo, ok. Mas espera.
  3. Para cada cabeleireiro(a) existem dois auxiliares que acabam atrapalhando mais que ajudando, pois normalmente o cabeleireiro está treinando um deles (na sua vez).
  4. Nunca imaginei que lavar um cabelo levasse tanto tempo. Após 4 shapoos e 3 condicionadores, ainda tem a massagem (que odeio) na cabeça (!) e dura uma meia hora (parece que leva uma vida). Inacreditável.
  5. Te enchem a orelha de sabão, você fica temporariamente surdo, porém a menina quer conversar. Após o quarto “ã?” que você fala (pois está surdo), ela desiste.
  6. Demora muito, muito, muito tempo para cortar a porcaria do cabelo. Claro, tem que justificar o primeiro ponto.
  7. A conversa é sobre big brother, novela, futebol ou sobre a Paty que voltou de Paris e trouxe um lenço bonito para a Fulanette e não trouxe a encomenda que o cabeleireiro pediu. Ele está sentido demais com isso. Não gostou de não terem trazido o amplificador valvulado que ele pediu.
  8. Tem sempre uma mulher horrível do seu lado arrumando a cabeleira (com um laquê) e achando que está abafando, mexendo no iPhone 4S branco que ela acabou de comprar.
  9. Todos são muito ricos, tem iates, casa em Malibu, oito carros na garagem e viajaram o mundo inteiro. Pelo menos é o que se ouve.
  10. A falsidade é quase como tomar um café. Ninguém se incomoda em descer o sarrafo nas amigas mais íntimas ou esculachar o novo namorado da Silvânia.

Depois desses pontos desanimadores, torço ainda por encontrar uma barbearia. Vazia, com um senhor lendo o Jornal da Tarde e o barbeiro fazendo rapidamente seu serviço e cobrando o preço justo por ele. Ah, que saudade do Seu José...


sexta-feira, 16 de março de 2012

Elevadores

Não sei se você tem o mesmo desconforto em pegar o elevador com outras pessoas como eu tenho. Primeiro que começo já no hall, lendo aquela infame placa “Antes de entrar no elevador verifique se o mesmo encontra-se parado no andar”. Quem será esse "Mesmo", meu Deus? Será um psicopata que fica aí parado no andar, te olhando? Bem, além da escrita equivocada do uso de "o mesmo" em substituição de um pronome [1], pegar o elevador é ainda mais estranho.

Não sei se é comum em outros locais, mas aqui em São Paulo ninguém cumprimenta ninguém, e normalmente pela manhã quando você ouve um "Bom Dia" no elevador já começa a rezar para não ter que responder à perguntas do tipo “será que vai chover?” ou “você viu o trânsito hoje?”. Não sei qual o intuito de tal conversa mole logo cedo, já que é óbvio que vai chover com esse céu preto e calor dos infernos e é mais óbvio o trânsito de hoje, já que a gente mora em Sampa, e até no parquinho tem trânsito no carrinho de bate-bate. Aliás, boletim de trânsito aqui é uma piada. Nunca ouvi a pessoa dando uma notícia boa, que em algum lugar está fluindo bem. Nunca. Boletim de trânsito aqui é mais inútil que o anjo da guarda dos Kennedy, porém algumas rádios ainda insistem. Após o “Bom Dia” e graças a Deus sem conversa mole, fico esperando meu andar chegar, com aquela cara de ursinho, meio-sorriso e olhar fixo, tentando disfarçar o fato que tem sempre um te encarando.

Quando estava trabalhando na empresa anterior, ficávamos no sexto andar, e havia uma empresa que alugou os andares dois, três e quatro. Era um tédio pegar o elevador. Toda vez que você chamava um dos seis elevadores, ele parava invariavelmente em todos os andares que a empresa tinha alugado. Ou era para a pessoa subir do segundo até o terceiro, ou o que é pior: descer um único andar. Não vou confirmar aqui o que ouvia “não é à toa que é gordo”, porque provavelmente vão me acusar de preconceito também, e não tenho nada contra o peso da pessoa. Mas era tudo gordo mesmo. Pronto. Falei.

Elevadores são muitas vezes confundidos com coração de mãe. Abre a porta, tem sempre uma tia perfumada (de manhã) que fala “ah, cabe mais um né?” Lógico que não cabe. Espera a porcaria do próximo elevador. Tá todo mundo se esbarrando aqui nessa joça metálica, será que você não está vendo? Agora uma coisa muito estranha mesmo é quando a pessoa entra (mesmo cheio) e puxa um desses assuntos para querer saber da sua vida, e quando chega o andar dela,  esta continua com a conversa mole, contando de um primo que foi mordido por um escorpião rei em Pindamonhangaba, e fica segurando a porta, terminando a conversa chata e desnecessária. O pessoal te olhando feio, achando que você conhece a tia (que nunca viu mais gorda, opa, falei de novo), e a tia que não se manca. Gente, 1) Não quero saber do seu primo; 2) Não te conheço; 3) Não me importo. Solta a porcaria da porta!

No prédio em que moro tem um tiozinho mais chato que pisar na merda descalço. Todo santo dia que o encontro ele faz as mesmas perguntas, querendo investigar minha vida, onde trabalho, que horas que entro e saio, de onde eu sou, etc. Além do saco de responder às mesmas perguntas, que a cada dia respondo uma coisa diferente pra variar um pouco, ele ainda entra com um cachorro que fica latindo sem parar. Sério, para chegar até o décimo andar parece que leva um mês. E sempre dou a sorte de pegar elevador com ele quando chego cansado do trabalho (e de ônibus).

Hoje em dia os elevadores possuem um monitor que passam notícias, embora normalmente inúteis mas tudo bem, porém a coisa só piorou. Além dos comentários de “será que vai chover”, ainda temos que sorrir para os comentários “Você viu que a Val falou que num homem a gente olha para o relógio e para o sapato?”. É muito desanimador.



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[1] Não é errado a frase acima “do mesmo”, porém é ridícula. Só tome cuidado com o preconceito linguístico. Dêxa o povo falá do jeito qui gostcha, oxe.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

No Banheiro



É no banheiro que a verdadeira personalidade da pessoa aflora. Lá é onde manifesta-se o lado negro da força. Infelizmente o assunto é um tanto incômodo, e muitos preferem mudar de assunto, mas é inegável que todos temos que enfrentar um banheiro. E a coragem vem daqueles que conseguem enfrentar um banheiro de uma empresa. Trabalhei em empresas com pessoas mais gabaritadas que já conheci, mas uma coisa é certa: No banheiro não tem bonzinho. 

A tarefa era para ser simples, em quatro passos básicos: sentar, fazer, limpar, dar descarga. Mas parece que a cada vez que entro em uma "casinha", essa regra é de longe quebrada. O quarto passo, dar a descarga, parece ser o mais complexo. Diversas vezes a gente entra e tá lá o monstro te encarando. Tem uns que jogam papel junto com a coisa, e fica parecendo uma noiva macabra. Quando a tampa está fechada, eu não abro. Já conheço a surpresa. 

Hoje me deparei com uma situação que me fez pensar: "como ele fez?". O cesto de lixo estava com o papel de cima totalmente sujo. Tipo, sujo mesmo. Como o cesto é uma pilha do tipo LIFO (last in, first out), ou seja, o último que entra é o primeiro a sair, isso pode significar três coisas: 
a) A pessoa terminou de se limpar e guardou o resto do papel limpo no bolso; b) A pessoa jogou o resto do papel no vaso e deu descarga ou 
c) A pessoa não terminou o passo "limpar-se". Tem noção de como saiu do banheiro? Todo cagadinho! Como pode? 

Certa vez em uma das empresas que trabalhei, foi encontrado uma fivela de cinto no vaso, e a tampa estava quebrada. Montamos a teoria que a criatura se voltou contra seu mestre e não queria partir. Este, desesperado, dava cintadas na coisa e se defendia com a tampa, como um escudo improvisado. Infelizmente não temos uma teoria mais plausível. 

E parece que quanto mais top a empresa é, mais demoníaco é o banheiro. Além do cheiro de velório de bode que sai dali, a sujeira é de desanimar. Pior mesmo é quando você está sentado, em uma das casinhas, e chega alguém na casinha imediatamente ao lado da sua, e descarrega toda aquela amargura que a vida lhe impôs. Vai subindo a fumaça maligna para seu lado, e você ali, desesperado para ir embora, e justo nesse dia seu parto de jegue vai ter que sair de cesárea. Desespero. Horror. Chame do que quiser. O cheiro é tamanho que desmancha até seu cabelo. 

E ainda tem as situações constrangedoras. Exemplo: tarde da noite e você ainda na empresa. Sua barriga começa a dar sinais que o urubú está beliscando a cueca. É a hora do parto. Você vai até o banheiro, que não tem uma viva alma e começa o serviço. Eis que de repente surge um maldito, entra no banheiro, faz um xixi rápido, sai e apaga a luz! Pronto! E agora? Você se lembra do seu celular e também lembra-se da promessa de nunca mais deixá-lo na sua mesa. O calafrio percorre seu corpo. Não teve coragem de gritar na hora "Ô meu, tô cagando!". Somente seu olfato será seu guia espiritual nessa jornada de fé para saber quando a coisa estará limpa de fato. Vai ter que ficar cheirando o papel, não tem outro jeito. 

Teve empresas por onde passei que alguns tinham o ânus fora de centro. A sujeira estava nas paredes laterais! Ou não deu tempo do indivíduo sentar completamente, e foi de pé mesmo. Uma explosão nuclear fecal bilateral. 

É, eu sei que o assunto é deveras incômodo, mas queria deixar aqui um pedido de pelamordedeus, faça a coisa direito. Siga os quatro passos direitinho, e lembre-se que você que emporcalha o vaso pode se deparar com ele emporcalhado também. E isso é uma merda.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Calor

"Que delícia, chegou o verão! Sol! Ah, que calor gostoso!". Quando leio isso no Facebook minha vontade é entrar pelo fio da internet e esfaquear a pessoa na jugular. Tudo bem, claro que gosto é gosto, mas tudo tem um limite! Como pode alguém poder gostar de ficar todo melado o dia inteiro, nesse inferno de quase quarenta graus? No frio ainda tem solução, você coloca blusa, mas e no calor? Faz o que? E nem me venha com a conversa mole que vai para a praia, porque paulista até para ir para a praia paga promessa. É fila no pedágio, chegando lá não tem água para tomar banho, a praia tá mais cheia que umbigo de gordo no calor e sem contar que você pega um trânsito tão absurdo pra voltar que sua perna esquerda perde a sensibilidade de tanto trocar a marcha do carro subindo a serra.

Uma coisa também horrorosa no calor é trabalhar. Não sei o que acontece, mas nenhuma empresa que trabalhei consegue deixar o ar na temperatura adequada. Ou está menos trinta ou mais quarenta. Ambos os casos são problemáticos. No caso do menos trinta, quando você sai para o almoço sofre aquela pasteurização e quase morre com o bafo quente da rua. E no caso do calor, bem, nem precisa dizer. O suador é um terror, principalmente assistir alguém suando, fazendo aquela pizza de quatro queijos embaixo do braço. Ainda por cima a pessoa suando fica falando na sua orelha que tá "soando" muito... Você não é sino, maldito. Esses dias a minha área estava uns 40 graus. Chamaram o pessoal da manutenção para arrumar o ar condicionado. Foram lá, deram uma olhada e sumiram. Quando perguntamos o por quê que não arrumaram me disseram que o pessoal da manutenção foi embora porque estava muito calor ali.

E pra dormir é ainda melhor, né? Vou ver se compro uma cama com Teflon, pois pelo menos assim eu frito, mas não grudo. Dormir é sempre um pesadelo nesses dias em que somos treinees do inferno. No frio você se aconchega, coloca aquele cobertor gostoso e dorme tranquilamente. No calor a gente fica virando que nem croquete de boteco, passando mal, tentando revezar a dobrinha da vez que vai suar.

Semana passada fui almoçar em um restaurante que tinha nas cadeiras um assento revestido de couro. Estava ao ar livre, sem ar condicionado. Aquilo era praticamente um aparelho de cauterização de hemorróidas. Devia estar uns noventa graus naquele assento. Suava que fazia até poça na meia. Que coisa mais desagradável.  A cueca então, nem se fala. Já tinha se enrolado toda e se transformou em uniforme de sumô.  Tudo é ruim no calor, pois nem a praia dá para aproveitar direito. Como diria um amigo meu, por mim eu faria uma insulfilmosfera para conter esse sol.

Mas existe a máxima que diz que sempre pode piorar. Pega um ônibus com esse calor, pega?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A arte de pegar um ônibus

Sua vida anda monótona? Você tem tendências suicidas? Está procurando alguma forma de aventura barata ou exercício físico forçado? Tenho aqui minha sugestão: Pegue um ônibus! Diariamente tenho que pegar um maldito bumba (my ox) do trabalho para casa (na ida tenho carona) e vou te contar que não é uma experiência agradável. Aliás, se tomarmos pela palavra "experiência", podemos tranquilamente dizer que aquilo é uma experiência para ver até onde vai a força do brasileiro.

Tudo começa no ponto de ônibus. Além da quantidade de gente que tem no ponto no horário de pico (em São Paulo horário de pico é das 4h da manhã até a meia noite), ainda temos os vendedores de qualquer coisa que possa ser pirateada que você possa imaginar. Além das marcas duvidosas, como SONYA, Tênis Mike, Fuma, Ardidas, Pop Station, Nokla, etc, ainda temos o famoso (e não tão bom) churrasquinho de carne (de felino), que solta uma fumaça dos infernos na sua cara (além da fumaça do tio do milho cozido). Esses camaradas ambulantes não deixam espaço para ninguém ficar no ponto, especialmente aos que desejam somente passar de uma ponta à outra da calçada. O pessoal se espreme e ainda reza para não chover, porque aí a diversão dos motoristas é escolher aquela poça de água para molhar os infelizes.  Depois daquela meia hora (mínima) costumeira, você resolve que estar num ônibus, mesmo que lotado, é melhor que ficar ali, certo? Ledo engano. 

Dentro do ônibus podemos conhecer a pior espécie de gente que existe. Temos os camaradas do funk no celular (também conhecidos como FDP), temos as senhoras (e senhores) com sacolas, temos os bafudos e fedidos e temos um pessoal que até hoje não entendo: Os tarados por porta. O ônibus que pego chama-se Termina Qualquer Coisa. Ele vai parar no Terminal Qualquer Coisa. É sabido disso, porque o camarada pega aquela joça todos os dias e desce no Terminal. Mas ele entra e para onde? Normalmente esse camarada está munido de uma sacola tamanho bunda-carla-perez. Eu acho que deve ser algum distúrbio, do tipo meencoxafobia, ou alguma coisa do gênero. Imagine que você tem que descer antes do Terminal Qualquer Coisa. Já é um parto o motorista filho de primos parar no ponto. Tudo depende do humor do condutor, que àquela altura está mais raro que uma papisa lésbica. Quando a porta abre, o cara da porta não alivia não. É do tipo, vou levar todo mundo comigo pro inferno. Você simplesmente tem que dar um mergulho (um mosh) por cima da sacola, por cima dos demônios tranca-porta, e cai dentro de uma churrasqueira do próximo ponto. Andar na brasa é coisa monótona pra mim. Nem preciso de santo daime nem nada.

Mas voltando à aventura dentro do ônibus, pois ainda não acabou, temos uma espécie também bem peculiar: As conversadoras contralto. São aquelas mulheres que gostam de falar sobre o dia, ou sobre o marido, ou sobre o patrão, só que uma fica na porta da frente e a outra na porta de trás, e óbvio que aquela que fala mais alto é a fêmea-alfa, por isso há uma disputa acirrada. Sua orelha fica no meio disso tudo, e aliado ao calor, ao fedor, ao encoxa, e ao pessoal carente, temos a visão dos quintos dos infernos. O pessoal carente é um pessoal que usa aquele desodorante mais forte que a química consegue combinar, e fica se roçando em você. Normalmente são mulheres feias (muito feias), pra piorar. Um dia desses olhei feio para uma que estava me empurrando mas perdi. Ela era muito mais feia. A arcada superior só tinha o Cafú, e a inferior não consegui ver, pois virei minha cabeça tão forte para o outro lado que arrebentei a testa no ferro do ônibus. Imagino que a arcada inferior também era só desgraça, mas a julgar pela arcada superior foi mais que suficiente a desejar arrancar meus olhos. 

E passar na catraca então? Tem infeliz que coloca o bilhete único no meio de uma carteira do tamanho de um X-tudo com salada, e é meio que óbvio que não vai funcionar o dispositivo da catraca. Aí a pessoa calmamente procura o bilhete dentro daquele cuscuz de papel e você ali esperando, desajeitado porque já tinha dado o passo sem chão (aquele passo que quando você levanta o pé já não tem mais chão para colocá-lo de volta, pois já tomaram seu espaço).

Enfim, andar de ônibus aqui em São Paulo é uma tarefa hercúlea que não desejo para ninguém. Infelizmente sabemos que isso vai continuar por muito mais tempo, porque ninguém reclama como deveria, e só se preocupam com o BBB e a Luiza que está no Canadá (mas será que já voltou?).



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Modernidade


O oitavo jogo da série Call of Duty, chamado Modern Warfare 3, lucrou 400 milhões de dólares nas primeiras 24 horas de venda, e a Activision anunciou que o jogo faturou 1 bilhão de dólares, em 16 dias, passando até o filme Avatar, de James Cameron, que fez um bilhão em 17 dias. A série Call of Duty já faturou 4 bilhões de dólares desde 2003. A indústria do cinema faturou em 2010 84 bilhões de dólares, e a indústria dos jogos fez nesse mesmo período 56 bilhões. A projeção para a indústria do cinema é um crescimento de 6,1% até 2015 e a do mundo dos games é de 8,2% para esse mesmo período.

Cocooning é um termo cunhado por Faith Popcorn em 1990 e relaciona a tendência de indivíduos se socializando menos e ficando mais em casa. Num dos livros de Chuck Palahniuk (de Clube da Luta) chamado “Haunted”, é citado o cocooning (chamado no livro de “Slumming”) como uma doença da sociedade moderna, parecido em partes com o Hikikomori, um termo japonês que significa “retraimento social agudo”, referente ao fenômeno de jovens que escolhem se retirar da vida social, geralmente buscando altos níveis de isolamento e confinamento devido a vários fatores pessoais e sociais em suas vidas. Esse problema social ficou mais evidente no Japão no final do século vinte em que indivíduos (sem maiores problemas aparentes) escolhiam se recolher em casa por um período maior que seis meses.

Um recente documentário produzido por Cosima Dannoritzer em 2010 chamado The Light Bulb Conspiracy (a conspiração da lâmpada), que está disponível de graça no YouTube nesse link, mostra um conceito antigo mas que movimenta a sociedade moderna atual: A Obsolescência Programada. Esse termo significa que a indústria produz produtos com data programada para quebrar, ou seja, sua durabilidade é meticulosamente planejada para que o consumidor compre outro produto após determinado tempo. Isso pode ser feito de duas maneiras: 

A primeira é realmente inserir algo no produto que após um certo tempo ou um certo número de vezes que em foi usado o dispositivo pare de funcionar, como o exemplo das impressoras e lâmpadas, ou então fazendo algo mais sutil e inteligente: Lançar produtos mais novos e induzir o consumidor a querer trocar seu produto ainda em funcionamento para um modelo mais moderno. Essa técnica foi popularizada por Brooks Stevens em 1950, nos Estados Unidos, e desde então vem sendo aplicada em todos os bens de consumo. Essa ideia da obsolescência programada surgiu no pós crise de 1929, idealizada por Bernard London, que até tinha uma ideia não-consumista na época, de programar os produtos para terem uma certa durabilidade, forçando o consumidor a trocá-los, movimentando assim a indústria, gerando empregos e tirando o país da lama. No documentário, a técnica (não admitida pelas indústrias) da obsolescência programada é comprovada, através de documentos da década de 30, sobre o chamado “cartel da lâmpada”, que forçou toda a indústria que produzia lâmpadas no mundo a colocarem uma data para queimar, que na sua versão final girava em torno de 1.000 horas. Isso era bem diferente das lâmpadas produzidas até então, como por exemplo a lâmpada que ainda está acesa há mais de 100 anos em Livermore, California, e está sendo filmada por uma web cam, que inclusive foi trocada duas vezes por defeitos, enquanto a lâmpada está funcionando perfeitamente. Essa lâmpada foi projetada por Adolphe Chailet, produzida por Shelby Electric Company no estado americano de Ohio em 1901, e ele morreu com os segredos do projeto.

Nesse mesmo documentário, é mencionado que a bateria dos primeiros iPods era feita para durar de seis a doze meses, e a Apple na época sugeria que você comprasse outro iPod caso a bateria estivesse com problemas. Graças a uma ação na justiça isso foi "mudado" (para um prazo um pouco maior).

Esse lixo todo produzido pelo consumismo acaba indo para países subdesenvolvidos, como mostra nesse mesmo filme, e containers inteiros de entulho são exportado para, por exemplo, Gana, na África,  destruindo completamente o meio ambiente daquele país. A ideia de sustentabilidade parece que não está bem clara. 

Isaac Asimov foi um escritor de ficção científica ateu e humanista. Seus livros mostram que no futuro o homem deixa de se preocupar com coisas menores e passa a se preocupar com a humanidade, avançando cientificamente se expandindo, para a colonização do universo. Essa também é a ideia central de outro documentário chamado Zeitgeist – Moving Forward, que inclusive promoveu recentes protestos em Wall Street, na bolsa de valores americana. Particularmente, acho pouco provável que façamos alguma coisa a não ser quando não tiver mais jeito, e formos obrigados a mudar e a salvar o pouco que restar do planeta para nossa própria e particular sobrevivência. Até lá continuaremos a consumir e a produzir lixo desnecessário, e a esgotar a matéria-prima, simplesmente porque temos algo que C.S. Lewis chamou de o maior pecado de todos: Orgulho.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Dragões


"E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas." Apocalipse 12:3

A palavra “dragão” veio do Latim draconem, significando “serpente enorme”, do grego drakon, “serpente, peixe gigante”, com raíz na palavra derkesthai, “ver claramente”, e retirada talvez daí a capacidade dos dragões de vigiarem tesouros, uma das características dessa lendária criatura, mito em diversas culturas de diversas origens.

Os dragões são lendas em praticamente todas as culturas do planeta mas aparentemente esse bicho perdeu a hora no dia de entrar na arca de Noé e sua existência nunca foi realmente comprovada, tampouco desmentida. O mais interessante é que os dragões quase sempre tem significados religiosos nas culturas pelo mundo. Nos países asiáticos, o dragão é reverenciado como representante das forças primárias da natureza, associado com sabedoria e longevidade. Nota-se que os dragões possuem também um caráter mágico, ou num caso mais específico, sobrenatural, fazendo parte também da Bíblia Sagrada na batalha do Apocalipse. 

As semelhanças da palavra dragão com serpente me faz pensar sobre a serpente do Jardim do Édem, que provavelmente era um Dragão, como relatado em Apocalipse 12:9 “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” Isso quer dizer que a serpente era ou a forma antiga do dragão, que em apocalipse ganha sete cabeças e dez chifres, ou a palavra que foi sendo alterada durante o tempo, do hebraico (língua do velho testamento) até o grego (língua do novo testamento). As primeiras menções ao bicho em forma de dragão na Bíblia vem da palavra Nachash Bare'ach, descritas em Isaías 27:1 e Jó 26:13, e significa Serpente dos pólos, ou serpente do mar, derivando também da palavra Taninim, monstro marinho, leviatã (Gn 1:21).

Na cultura chinesa, a palavra dragão se pronuncia “lóng” em mandarim, ou “lùhng” em cantonês, e a presença de artefatos com representação de dragões da dinastia Shang e Zhou datam do século 16 antes de Cristo. Acredita-se que a palavra dragão em chinês é uma onomatopéia do som que o trovão faz, e interessante essa relação dragão x céu que também ocorre na batalha do Apocalípse citada acima, em que o dragão com sua cauda lança sobre a Terra a terça parte das estrelas do céu (referenciando talvez aos anjos que Lúcifer levou consigo em sua queda, que foi um terço deles). Esse dragão que aparece em Apocalípse é derrotado pelo ser angelical Miguel, protetor de Israel na visão de Daniel (citado em Daniel 10:13-21. E ainda algumas pessoas desejam ver anjos. Tenho comigo que se um anjo aparecer é porque a coisa tá feia e a melhor coisa seria desejá-los bem longe, pois a maioria das vezes em que aparecem é para fazer uma “limpeza” divina. Seriam uma espécie de ROTA ou Tropa de Elite dos céus).

Particularmente tenho muito interesse nos dragões, em livros do gênero fantasia que possuem esses  seres e no momento terminei um jogo fantástico, chamado The Elder Scrools V – Skyrim, que gira em torno da volta dos dragões num determinado universo de fantasia.








Me desperta o interesse de saber se esse bicho realmente existiu, mas é inegável que praticamente todas as culturas relatam mais ou menos o mesmo animal, com as características semelhantes. 

E mais um detalhe: Antigamente os cartógrafos colocavam nos mapas as áreas não exploradas com a frase em latim “hic sunt dracones”, que significa “os dragões estão aqui” (Here Be Dragons), mostrando que a lenda existia na época para territórios virgens, e monstros marinhos assolavam a imaginação dos exploradores.