sábado, 2 de janeiro de 2010

Tupi-Guarani

Esses dias estava de bobeira e resolvi procurar na internet palavras em Tupi-Guarani, idioma que acredito ser o mais certo a ser falado por nós brasileiros, em vez do complicado e herdado português. Descobri muitas curiosidades no site Aldeia Numaboa.

É interessante notar que alguns nomes usados por nós brasileiros para designar alguns locais vem do Tupi-Guarani, e muitas vezes não tem um significado lá muito amigável. Veja alguns poucos exemplos abaixo:

Paraíba: paraiwa - rio ruim - rio que não se presta à navegação (imprestável) - (para - iba)

Tijuca: tiyug - líquido podre - lama - charco - pântano - atoleiro - tijuca

Anhanguera: Diabo Velho, nome dado ao Bandeirante Bartholomeu Bueno da Silva, que apreendeu e conquistou "tantos índios que, com eles, se poderia fazer uma vila". Foi ele que usou o "estratagema de lançar fogo a um vaso de aguardente em presença dos índios, assustando-os com o poder de queimar os rios e águas, de tal modo que, aterrados, prometeram mostrar lugares em que existiam..." minas de ouro. Decorre de anhanga, ser maligno, e uera, "o velho, o que já foi". Traduzido como "diabo velho", que também aparece como Angoera, ou Angüera.

Anhangabaú: As traduções são "água (rio) da árvore do veado", pela abundância de cuvitinga, árvore muito procurada por esse animal para seu alimento. Antes, era Anhangabay, com "i" no final, e, sabe-se lá por que, virou Anhangabaú. Disse Couto de Magalhães que Anhanga-yba-y quer dizer "água da árvore de Anhangá, cujas flores são muito procuradas pelos veados". Também existem as traduções de "rio do Diabo", "rio das diabruras", "rio onde habitam os maus espíritos", "bebedouro das diabruras" e "rio ou água dos malefícios", estas duas últimas de Teodoro Sampaio, porque existe aí a palavra anhangá, ser maligno. Há, também o entendimento que significa "rio de quase nenhuma correnteza", o que parece ilógico, assim como "rio onde o homem preto, nu, toma banho". Temos que a mais coerente é "água da árvore de Anhangá, árvore cujas flores são muito procuradas pelos veados".

Outros são nomes mais amigáveis:

Guaratinguetá: reunião de pássaros brancos.
Iguaçu: água grande - lago grande - rio grande.
Itajubá: pedra amarela (ita, ajubá).
Itatiba: muita pedra, abundância de pedras (tiba).
Itaúna: pedra preta (ita, una).
Jabaquara: rio do senhor do vôo (iabaquara, abequar).
Jaçanã: ave que possui as patas sob a forma de nadadeiras, como os patos.
Karioka: carioca - casa do branco.
Nanbiquara: fala inteligente, de gente esperta
Pará: rio

Algumas curiosidades são encontradas nesse mesmo site, e cito algumas interessantes:

Pereba: Significa ferida (do tupi).

Pindaíba: Na expressão "estar na pindaíba", estar mal, pobre, sem dinheiro. De pindó, a palmeira, a árvore de pescar, e íba, ruim. Tem raízes na cultura rural, pois quando estava pescando para comer é porque se estava mesmo pobre, principalmente quando, acima de tudo, a pescaria não dava nada. Pobre e sem peixe, numa pindaíba, pescaria ruim.

Biboca: Lugar ermo, um cantão no interior, afastado, de difícil acesso. O sujeito que mora numas bibocas. Na verdade nasceu dos significados "grota", "fenda", "buraco", que é o seu significado indígena, das palavras ibi (terra) e "oca", a casa indígena.

Bruaca: Espécie de cesta, em cipó, taquara ou couro, em forma dupla, para ser distribuída sobre o lombo do animal para cargas em geral. Também com o sentido de mulher feia, imprestável. Origem controvertida, mas que, para alguns, vem do tupi-guarani, puracá. Ou poraca, cesto.

Caipira: (caipirice, caipirada, caipirinha). De caá, mato, e pira, cortar, o que corta o mato.

Uma última curiosidade que realmente bateu com o que eu pensava é a palavra Tiririca. Veja só:

Tiririca: (ou tiririka) - arrastando-se (alastrando-se) - erva daninha famosa pela capacidade de invadir velozmente terrenos cultivados - estado nervoso das pessoas, provocado por um motivo que parece incessante.

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