quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Kaltxì Avatar

Fui assistir a Avatar, de James Cameron, no IMAX 3D nesse feriado de segunda-feira (aqui em São Paulo). Fiquei muito feliz em saber que esse filme está sendo recordista de bilheteria e já passou Titanic, faturando até o momento 1.86 bilhões de dólares. Muito mais que os efeitos especiais é a moral da história contada por Cameron. Trata-se basicamente da exploração da natureza, da destruição do meio ambiente, e do homem moderno não se importando com isso, desde que tenhamos lucros e bem estar.

Alguns poderiam achar a história dos motivos que levaram o homem a explorar Pandora, uma lua do planeta Polyphemus em Alfa-Centauro, um pouco complicada. O filme só trata superficialmente desse assunto, dizendo que o Unobtainium é um material supercondutor, difícil de se conseguir, mas para por aí. Por isso é interessante saber que o homem, após ter enviado uma nave para explorar Alfa-Centauro, coletou uma amostra de unobitanium e chegando aqui descobriu que esse material seria supercondutor e revolucionaria os computadores e toda a tecnologia de uma forma nunca vista. Então, um grupo de Nerds do vale do silício formaria uma empresa, chamada RDA, para explorar esse material em Pandora. Os humanos que vão para aquela lua trabalham para essa empresa. O nome Unobtainium é a junção das palavras unobtainable (inalcançável) + ium (o sufixo para elementos metálicos). Interessante saber que esse nome não é exclusivo de Avatar, nem invenção de Cameron. O nome Unobtainium já existe como jargão entre os engenheiros, desde 1950, para materiais incomuns, ou que seriam perfeitos para determinado uso se existissem. O termo também designa materiais difíceis de serem obtidos, assim como no filme. Um exemplo é o titânio. Na época do desenvolvimento do avião espião SR-71 Blackbird o titânio foi denominado unobtainium pelos engenheiros da Lockheed Corporation devido aos soviéticos, na época, estarem fazendo uma espécie de lobby no mercado contra a venda desse material aos americanos.

Como no meu post anterior, acredito que o consumismo levará à destruição completa de nosso planeta, e em pouco tempo (nossos netos não terão chances). E aquela frase que começa com “se nada for feito...” não tem mais sentido para mim, pois nada está sendo feito e nada vai continuar não sendo feito até que tenhamos nada restante. Avatar dá uma aula de sustentabilidade e importância de preservação, mesmo que em outro planeta. A história é uma lição de como podemos estragar tudo que seja natural em busca de desenvolvimento e egoísmo. Gostei do filme, acho que passou muito bem sua mensagem e bom seria se despertasse em cada um de nós o consumo consciente (não comprar mais do que precisa realmente), a preservação do meio em que vivemos (não jogar coisas na rua, por exemplo) e a porcaria que é o capitalismo em que vivemos. Se ao menos tivéssemos esse desenvolvimento e nenhum dos humanos passasse fome nem necessidades básicas, até teríamos alguma justificativa plausível. Não é esse o caso, nem de longe, e não acredito que possamos mudar algo em pouco tempo e evitarmos o fim da natureza como conhecemos hoje. Sei que não me isento do consumismo, nem da degradação do planeta, muito menos do egoísmo, mas tento (pelo menos agora) a regrar meu consumo, seja ele sobre coisas que compro até a separação de pilhas e baterias para lixos especiais. Tudo importa. Qualquer ação positiva ao meio ambiente é importante. Faço minha parte, mesmo sem esperança.

[1] O título do blog significa "Hello Avatar" em Na'vi. Você pode encontrar o manual da língua Na'vi aqui.

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