Atualmente as lojas de eletrônicos brasileiras estão fervendo com as vendas de televisores de última geração. O famoso termo “Full HD” é moda e todos estão desvairadamente trocando seus velhos televisores de tubo para acomodar em sua sala a mais nova evolução dos aparelhos de TV. Já caiu na boca do povo Full HD, HDMI, LCD, Som 5.1, Blu-Ray, e todos já sabem o que querem. Mas você já parou para se perguntar o motivo de ter uma TV Full-HD em casa? Vamos esclarecer algumas coisas: Hoje a resolução de uma TV Full-HD é de 1920 x 1080 pixels, isso quer dizer que a quantidade de pontinhos coloridos que formam uma imagem quando aglutinados (pixel) presentes em uma TV Full-HD é de 2.073.600. Numa TV de tubo, comum, temos uma resolução de 400 x 400 linhas, ou seja, 160.000 pixels (em alguns casos chega a 480 linhas, ou 230.400 pontos). Em comparação com a Full-HD temos cerca de 13 vezes a resolução. Bem melhor, certo? Bem, não responda tão rápido assim. Ao levar pra casa essa super TV Full-HD 1080p com HDMI blá, blá, blá, e ligar ela numa NET da vida, vai ter uma qualidade, digamos assim, péssima. O motivo é que a NET (seja lá o plano que for, inclusive a “digital”) tem uma qualidade de imagem compatível com as TV’s de tubo (alguns juram que é melhor), ou cerca de 480 linhas. Quando colocadas numa TV Full-HD é como calçar um sapato de palhaço. A TV com mais linhas tenta acomodar essa imagem inferior e causa uma série de distorções. Vou te dar um exemplo básico. Observe a imagem abaixo:
Agora vamos aumentar a resolução com a mesma imagem:
Observou que a imagem ficou um pouco serrilhada? Isso porque a imagem foi ampliada sem alteração na qualidade, ocorrendo uma distorção. Como se ela fosse esticada, por assim dizer. Bem, não é bem isso que acontece na imagem da Full-HD mas o exemplo serve para você entender. Acontece distorção também quando a TV é Wide screen e a imagem transmitida não é.
Teríamos uma Ferrari para andar em uma estrada esburacada. Não funciona muito bem. Para termos a qualidade de uma Full-HD temos que ter o aparelho de Blu-Ray, ou um Playstation 3 que já possui o Blu-Ray. Aí sim a qualidade é 100% aproveitada, tanto de imagem quanto do som, se (e somente se) for ligada com o cabo HDMI. O Blu-Ray é a evolução do DVD e provavelmente onde você vai assistir seus filmes no ano de 2011.
Para as transmissões de TV a cabo de péssima qualidade das TV pagas, somente alguns canais pagos (e muito bem pagos) transmitem em Full-HD, mas são no máximo meia-dúzia e você vai pagar um plano mínimo de R$ 250,00. Não vale a pena. Para a TV digital brasileira, padrão japonês (não pergunte por que escolheram o japonês mas tem uma conhecidência enorme a Globo ter comprado os aparelhos japoneses meses antes da decisão do governo), a transmissão chega a 1080p, mas tudo depende do adaptador que você comprar, pois alguns são limitados e só chegam a 720p. Para que você tenha os canais abertos em Full-HD você precisa do adaptador digital (caso sua TV não tenha) e uma antena UHF externa. Bem melhor que pagar uma TV a cabo ou satélite, e observe que apenas algumas emissoras e em certos horários transmitem em alta definição. Ainda vamos ter que esperar muito tempo até termos um nível de Japão e Estados Unidos em transmissões de TV.
Outra dúvida que a maioria das pessoas tem é sobre a conversão de filmes antigos em Blu-Ray, se perderia a qualidade. Os filmes que foram filmados em 35mm (quase todos a partir do começo do século XX) podem ser resolvidos em uma resolução de 4096x3072, ou seja, o dobro do Blu-Ray. Portanto, não há perda de qualidade em relação a definição de imagem, mas deverá passar por uma "remasterização" para a transformação da película para o Blu-Ray. Pena que muitos não fazem e a imagem fica meia-boca. Mas a possibilidade existe.
Um comentário:
Nossa, muito instrutivo o seu post. Parabéns e muito obrigado!
Tem uma coisa que eu vou tentar fazer: não (re)comprar todos os meus filmes prediletos em Blu-ray. Sei lá, não seria um consumismo exagerado?
Abraços.
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