sexta-feira, 18 de julho de 2008
Ei, eu queria algo mais
O então chamado Senhor Rock and Roll está dancando sozinho de novo. Conversando ao telefone com alguém que diz que o gingado dele não é de nada. Ele não tem nenhum lugar para onde ir. Está só novamente. Nisso uma roqueira tradicional está se comportando como ela sempre foi, dançando como se não tivesse ninguém vendo. Antes ela parecia se importar, mas agora nem se atreveria, pois é tão Rock and Roll estar sozinho... E eles se encontrarão algum dia, bem distante, e dirão : “Ei, eu queria ser algo mais. Gostaria que você tivesse me conhecido antes.”
Essa é um pedaço da letra de uma música que chama-se “Mr. Rock and Roll” de uma escocesa de vinte anos chamada Amy MacDonald. Suas músicas são bem levinhas, para serem ouvidas de vez em quando só pra relaxar. Não é uma letra que será tocada daqui há muitos anos no classic rocks of the century, mas a música agrada. Meio folk, meio country, meio rock.
Há muito tempo procuro garimpar o que anda acontecendo no mundo da música e não tenho encontrado nada muito promissor. Até pensei que Alanis Morrisette faria esse papel um dia, resgatando alguma coisa boa na música atual, mas suas músicas começaram bem e deram uma caída nos trabalhos mais recentes. Confesso que não ouvi seu último trabalho, Flavors Of Entanglement. Tomara que tenha melhorado.
Nada acontece de surpreendente no mundo do Rock nos últimos tempos? Praticamente tudo o que ouço de legal vem de bandas antigas, e nada novo aparece. O mundo pop continua fervendo, com bundas e peitos pra lá e pra cá, mas e no Rock? Será que não surgirá nunca mais bandas como Led Zeppelin, The Beatles, Rolling Stones, U2, R.E.M., Metallica, Black Sabbath, Van Hallen, The Ramones, enfim...? Bandas que marcaram época, mudaram estilos, foram originais, com música sendo tocadas até hoje, e onde eu costumo deixar a estação do rádio quando toca. Por falar nisso, existe apenas uma rádio em São Paulo que com frequência utiliza esse repertório em sua programação diária. E as demais? Ah, se rederam ao mercado de bundas e peitos requebrando. Até uma rádio chamada anteriormente de “A rádio rock” agora pode ser chamada de “A rádio treco”, só tocando coisas bem, bem pops. Algumas outras rádios além de não tocarem rock, ainda cortam pela metade as pops, fazendo o que já era ruim ficar horrível. O negócio é vender comercial, eu sei, mas parece que agora é só isso. Alguém gosta de ficar ouvindo comerciais o dia todo e quando toca uma música ela é retalhada pra acabar logo e termos mais comerciais? Eu sei, eu sei, tem gente que nem liga e nem se dá conta do que está tocando. Gosta de um barulhinho rolando e nem se preocupa com o que diz a letra, como por exemplo “Você não gostaria que sua namorada fosse gostosa assim como eu? Não? Áu...!” Coisa linda...
E as bandas nacionais estão cada vez mais se rendendo ao pop, com boy bands explodindo por aí e a galera dizendo que é bom. Legal, pode até ser que seja bom mesmo, mas isso não é Rock. Eu quero é rock! Pelo que me lembro a última banda “nova” de Rock nacional, Os Raimundos, acabou faz tempo.
Temos algumas coisas saindo do armário, algumas bandas boas internacionais, que quando a grana acaba lançam um CD pra continuar a vida. Isso, é claro, após aqueles CD’s caça-níquel, com recompilações de trabalhos antigos, regravações, remix, acústicos, etc. Novidade mesmo tá difícil. Bandas novas então nem se fala. Tudo é pop, fadado às vendas, com bundas e peitos e completamente oco. Fica a torcida para algo novo. Por enquanto vou me contentando com alguma coisa ali e aqui, sozinho nessa empreitada. É tão Rock and Roll estar sozinho...
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5 comentários:
Rodrigo
Obrigado pelo comentário no meu blog. É sempre bom também ver outros lado da história.
Mas em relação à bíblia ser o documento de maior valor para registros históricos eu discordo já que um livro que tem como conteúdo histórias que até então eram passadas de boca a boca, que foi escrito na melhor das hispóteses 100 anos depois dos fatos e foi composto por relatos escolhidos a dedo (são apenas quatro evangelhos e todo mundo sabe que existem muitos mais), que ficou por mais de 1000 anos sendo propriedade de poucas pessoas (sacerdotes) que o traduziam com a impacialidade de quem queria ter sempre o poder e controle das coisas e que possivelmente foi aduterado durante todo esse tempo, não teria validade histórica em nenhum instituto de estudo histórico.
Ahhh...e tem outra coisa. Sabe aquela história de "quem conta um conto sempre aumenta um ponto"? è isso que quis dizer quando falei das histórias sendo passadas de boca a boca...
Por um instante pensei que haviam abduzido o Rodrigo também, mas pouco depois ele começou a reclamar e fiquei tranquilo.
Calma... o novo CD do U2 está chegando... :)
Rodrigo, realmente há muito tempo não vemos nada de novo no mundo do rock. E há muito mais tempo não vemos nada de bom. Mas não me importo nem um pouco, por que o rockão antigo ainda entorta minha coluna cervical, como diria o Raulzito.
Um abraço,
Luiz Fernando
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