O Grafeno consiste em átomos de carbono em forma hexagonal (como os favos de mel) arranjados de forma bi-dimensional em uma folha com um átomo de espessura. Muitas vezes mais resistente que o aço, ele precisaria de um elefante sobre a ponta de um lápis para ser perfurado. Esse incrível material pode ter muitas aplicações, como detecção de moléculas de gás, transístores mais rápidos, circuitos integrados, ultracapacitores e até um bactericida, veja só. A Academia de Ciências da China provou que folhas de óxido de grafeno são muito efetivas contra bactérias, como a E.Coli, causadora da meningite, infecção urinária e outras doenças.
A notícia do Nobel rodou o mundo todo e vários sites de notícias apresentam matérias completas sobre o assunto, por isso falar sobre a notícia em si não foi o que despertou minha motivação em escrever esse post, mas devido ao curioso fato de Andre Geim, um russo naturalizado holandês ter ganhado o prêmio Ig Nobel dez anos atrás.
Assim como o Darwin Awards premia as mortes mais estúpidas (em que nosso padre Adelir de Carli, dos balões, ganhou em 2008), o prêmio Ig Nobel é uma brincadeira que premia as pesquisas mais insignificantes produzidas pela infinita imaginação humana. Em 2000 Andre Geim ganhou o Ig Nobel por usar campos magnéticos para fazer levitar um sapo!
A inteligência de Geim é indiscutível, e sua criatividade também parece que alcança altos níveis. Não temos uma aplicação prática para sapos flutuando, mas o grafeno pode mudar o rumo da indústria eletrônica e consequentemente nosso futuro. No modelo de Renzulli o conceito de indivíduo superdotado é multidimensional, fugindo um pouco do puro gênio acadêmico, resultado de três fatores (no mínimo): inteligência acima da média, criatividade e motivação. Acredito que Andre Gaim tenha os três, pois além de inteligência e criatividade, tem que ter muita motivação para continuar um estudo sério após um prêmio Ig Nobel.
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