segunda-feira, 30 de junho de 2008

Por que eu não gosto de novelas?


Toda vez que eu chego em casa a TV a cabo com mais de 180 canais está parada em apenas um canal ou uma programação: Novela. É novela das seis às onze. E em todos os canais abertos todos os dias da semana, menos domingo que tem faustão (ah bom!). Por isso, pensei eu, seria uma boa uma TV paga, já que teríamos mais opções, programas melhores, geraria um interesse/curiosidade em mudar da supra citada que não ouso mencionar o nome muitas vezes. Mas advinha o que acontece? Ah, todo santo dia tá lá o canal parado na mesma emissora. O que mais me impressiona é o fato de toda e qualquer novela (ops, falei de novo) ser igualzinha a uma que já acabou. Sempre tem um/uma vilão(ã) que dependendo de sua perversidade tem um fim merecido. Se o vilão for ruim a novela inteira, morre tragicamente, num acidente, ou numa briga com o mocinho que por acidente o mata (claro, ele é mocinho e mocinho não mata), ou acaba louco trancafiado num manicômio. SEMPRE é assim, você sabe. Se o cara não é tão ruim assim ele apenas paga uma pena leve, que vai de perder a fortuna e viver na pobreza até ficar preso mesmo alguns anos e perder a fortuna e viver na pobreza.

O lance é que a coisa não muda. O mocinho é sempre o mocinho. Sempre enganado por alguém ou que tem uma irmã gêmea (essa é a pior) que se descobre no meio da história e essa irmã tenta atrapalhar os sonhos da outra (aaahhh Rutinhaaa). Bem, aí tem os(as) engraçados(as), que são personagens que dão um certo humor, na maioria das vezes, que faz o favor de colocar os chavões que cai na boca do povo. Basicamente é para falar da vida dos outros que os engraçados estão lá. Uns mais outros menos mas a fórmula não muda. A coisa se desenrola tão na cara que eu sento no sofá pra comer alguma coisa e tá aquele silêncio sepulcral e aflito de todos prestando aquela enorme atenção à tela. Eu fico olhando por alguns minutos e aí começo a fazer àquelas perguntas normais: “Ela é a vilã?” Um momento de silêncio incômodo é quebrado com a terrível voz de meucêtáincomodando: “É...”. “...Certo...” continuo “... e ela tem uma irmã gêmea que é boa?”. Mais três a quatro segundos depois vem a resposta no mesmo tom em si bemol: “Isso...”. Dou uma pausa pra não gastar a paciência alheia e faço mais uma: “E a boazinha não sabe da malvada, mas a malvada sabe da existência da boazinha, certo?”. Agora sinto que a paciência está à beira do penhasco lutando bravamente para agarrar qualquer coisa que a salve: “... é ...”. Um olhar frio é lançado em minha direção... “E tem uma mala/carta/revelação que vai ser dada no final que vai deixar a má em maus lençóis e por isso ela quer matar a boa, certo?”. “RODRIGO! EU TÔ ASSISTINDO!” Aí a paciência foi pro chapéu. Apesar que não deveria ir, pois eu já respondi perguntas assistindo às corridas de F1 do tipo: “Rodrigo, por que eles param para trocar o pneu a cada meia hora se o pneu do meu carro está lá faz mais de cinco anos?”

Bem, aí chegam os comerciais de sabão em pó ou cerveja, que talvez teria sido melhor continuar a novela. Aproveito pra perguntar mais uma coisa ou outra pra ver se pelo menos dessa vez algo mudou. Mas na verdade nada mudou. E as respostas normalmente vem no futuro, do tipo: “Ela vai escapar da doença...”. “E como você sabe?” pergunto ingênuamente. “Eu li no site/revista”. “Ué, mas se você leu, qual é a graça de assistir se você já sabe o que vai acontecer?” Azar o meu, pois voltou do comercial e minha resposta só ganha um “ Tz... á...”. Seja lá o que significa esse chupar dos dentes coaxado, algo ruim foi dito e tenho que me contentar com um implícito “porque sim” e pronto. Nem me arrisco a perguntar mais coisas, mesmo que a cena vai acabar da maneira mais óbvia possível. Na verdade as perguntas não eram por interesse de assistir a novela, mas para saber se algo enfim mudaria, se algo diferente aconteceria. Tem autor que coloca a mocinha sempre igual e o pior: Sempre com o mesmo nome de HELENA. Meu, é o fim. Não dá pra acreditar que a mesmice continua até no nome do personagem. Esse autor economiza até nos nomes. Dá pra acreditar? Bem, aí eu vou para meu quarto e deixo pra lá essa coisa de entender o motivo de não gostar de novelas. Uma coisa tão divertida dessas e eu não gosto. Você é chato mesmo, hein Rodrigo?

Um comentário:

Cristiano Silva disse...

O nível de novelas ainda cai para pior com as novelas da Record. Ontem zapeei a novela dos mutantes da Record. Chamar de "tosco" é uma ofensa àqueles que são autênticos toscos. O próprio nome da novela já diz tudo "Os Mutantes - Caminhos do Coração". Nada mais pior. É quase o mesmo efeito de dizer "Exterminador Sanguinário do Futuro - Caminhos do Coração". Ah, fala sério.

É uma prova do quanto de dinheiro é mau gasto no mundo. É até pecado, um monte de gente passando fome e o pessoal fazendo estas biroscas.