terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rehab

Sim, eu estou conseguindo. Hoje já faz onze meses, vinte e um dias, quatro horas e trinta e dois... três minutos que não jogo mais World of Warcraft (clap, clap, clap...). Não faço ideia de como consegui sair disso, mas aviso aos menos informados: Não joguem World of Warcraft (ou WoW para os íntimos). Esse jogo é um RPG (Role-Playing Game, ou jogo de interpretação de papéis) online, para multidões, que em inglês é conhecido como MMORPG (Massively Multiplayer Online Role-Playing Game). É mais viciante que cocaína, e tá aqui a página do jornal inglês que não me deixa mentir. Levei muito tempo para conseguir finalmente bloquear meu cartão de crédito semana passada e assim finalizar dois anos do mais puro tempo jogado fora. Não estou dizendo que o jogo é ruim, claro que não, o problema é exatamente o inverso. É tão bom que você passa o resto de sua vida nisso. Deixei de ir em festas, adiei compromissos, faltei em ocasiões especiais só pra poder continuar jogando. O jogo é viciante por alguns fatores, como não ter um fim, ser altamente meritório, ser extremamente difícil de aprender e quando se aprende adquire-se um status importante dentro do jogo, ter status social online, ter uma vida online, ninguém entende o motivo de você ficar horas jogando-o, e por aí vai. Há vários casos de bizarrices sobre World of Warcraft, inclusive uma chinesa que morreu de derrame depois de passar três dias seguidos jogando Wow e seus amigos fizeram um funeral online no próprio jogo para ela. É uma droga altamente viciante. Hoje me divirto com jogos mais simples, que não precise pensar, que obrigatoriamente tenha um final (um final atingível) e não seja online. Estou conseguindo fazer outras atividades sociais e baixar meu estoque de livros e gibis que comprei e não tive tempo de lê-los. Ufa, de volta à vida novamente.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Fim... de Ano

Ontem cheguei para trabalhar e percebi que já colocaram os enfeites de Natal. Já começou a me dar um enjoo. Não que eu não goste do Natal, porque até gosto, mas só de pensar nos problemas do final de ano me dá uma certa tristeza. Imaginei aquele Shopping com 500 mil pessoas se digladiando por uma Barbie já capenga que sobrou na prateleira. É... você também esquece alguns presentes, né? Aquele povo gritando com os filhos pequenos, com sua orelha normalmente no meio do caminho. E para estacionar então? Tem que chegar onze da manhã e lá pelas quatro da tarde arruma uma vaga. Um terror. Fora esse calor nojento de fim de ano. Sei que tem gente que gosta do calor. Eu também gosto, mas na praia, de bermuda e de preferência não no fim de ano. E só. De resto eu detesto. Aí chega a noite de Natal. Que beleza. Sua família aparece lá pelas quatro da manhã porque passaram na casa de genros, noras, periquitos, e afins. Seu estômago colado nas costas porque “tem que esperar a fulana”. Aí come arroz frio com passas (que idéia idiota é essa de colocar uva passa na porcaria do arroz, meu Deus?), aquele peru duro. e mais uns trecos com damasco (outra coisa alienígena para mim). Tem que mandar uma coca-cola já quente (porque estava na mesa desde a meia-noite) pra mandar pra baixo aquele treco seco. Chegam os presentes. Normalmente amigo secreto é uma beleza. Você gasta seus sessenta contos e ganha um cinzeiro, sendo que você não fuma. Eu ainda tive muita sorte em amigos secretos, mas já vi gente ganhar CD gravado de músicas do Pepeu Gomes.

Mas sabe mesmo o que é pior? É o Ano Novo. Putz, aí pode colocar problemas. Já começa nos horários. Se você vai com alguém pode ter certeza que o camarada escolhe “o melhor horário”, que normalmente é quando você ou estaria trabalhando ou estaria dormindo. E o pior é que pega “só” seis horas de trânsito pra praia (que normalmente leva uma) e acha bom. E aquele cara do Chevetão na estrada? Opa, tem sempre um. Aquele camarada que tá até com a carteira de vacinação do cachorro vencida e resolve pegar aquele Chevetão 89, marrom (ou cor indefinida), colocar quinze dentro e (veja bem) na faixa da esquerda quebrar na descida da serra. Será que existe maldito mais maldito?

Pedágio. Que horror! Você olha para o lado e vê aquela gorda de chapéu suando mais que toalhinha de cuscuz, olhando para você no carro do lado. Logo nota um bando de bons brasileiros querendo furar a fila do pedágio, como se fosse possível chegar mais cedo. Aí paga aquela facada de pedágio, que daria pra fazer muita coisa melhor do que aquela porcaria de estrada.

Bem, depois de ouvir a sogra reclamando por incansáveis seis horas você chega na praia. Aquele calor que derrete até cerâmica. Você fica imaginando que daria pra fazer facilmente um ovo pochê dentro da sua cueca. Descarrega cinquenta malas (sim, você explicou pra sua mulher que são só três dias). Espera uns quarenta minutos o elevador. E aí sim começa tomando um banho gelado, que não resolve nada dois minutos depois de fechar o chuveiro. Depois disso é aquela coisa: Praia cheia de dia e muvuca de noite. Gente correndo para a água, você querendo matar pombas e catadores de latinha, ver donos de cachorros muito felizes com seus animais fazendo cocô na areia, ficar tentando achar espaço pra sua cadeira, pagar dez paus no coco quente, tudo como sempre. Chega a noite da virada. Você sai do seu apartamento pra ver os fogos, com a camiseta branca nova, com semente de lentilha na carteira, a tua tia te obrigando no caminho a pular sete ondas, aquela merda de sempre. Começa a contagem (cada um contando no seu tempo particular), os fogos começam a pipocar, povo gritando, beijos estalados na orelha, um mix de perfumes que vão ficar no seu nariz por uma semana, etc. Como sempre dá pra piorar, é claro. Vem aquele bando de pobres e te acerta Cidra Cereser vermelha nas costas toda. Putz, a camiseta branca... Nem pra gostar de Cidra transparente. Tem que ser a vermelha mesmo. Volta pro apartamento, jurando que aquele ano é o último. As juras intensificam no trânsito da volta. Ah, fim de ano... Não vejo a hora...