terça-feira, 27 de outubro de 2009

2012

Quando os espanhóis no século 16 conquistaram o reino Maia, os Maias não usavam um calendário. As pessoas contavam o tempo com nada menos que quatro calendários ao mesmo tempo. O mais velho desses calendários fazia a conta de 260 dias, chamados de “Tzolkin”, consistindo em 20 dias com nomes próprios, repetindo treze vezes. Os Maias também conheciam o “Haab”, um calendário com 365 dias, espalhados em 18 meses de 20 dias cada, com um bônus no final de cada 5 dias “acidentais” pra fechar a conta. O terceiro calendário foi o de “conta rápida”, que contava dias, meses, anos e o “Katun”, que eram períodos de quase vinte anos. E finalmente o calendário de “conta longa”. Eles contavam esse “Katun”: 20 Katuns formavam um “Baktun”, e repetia o Baktun a cada 13 vezes.

Com um calendário desses, pra piorar, as datas eram expressadas no estilo “10 .4.0.0.0 -12 Ahau – 3 Uo”, ou “O décimo Baktun mais o quatro Katun depois da criação pela conta longa, próximo aos últimos dias de Ahau de acordo com o calendário Tzolkin, e o terceiro dia do mês de acordo com o calendário Uo Haab”. Coisa fácil. Imagino que ninguém perguntava as horas na rua, porque isso implicaria em perder, digamos, uns dois dias, o que não faria mais sentido a pergunta inicial.

Tá certo, mas onde está a relação dessa confusão de datação Maia e o calendário Cristão? Muito cientistas estudam isso até hoje, baseado em algumas tentativas de tradução dos espanhóis da época, mas ainda existem muitas discussões a respeito da precisão dessa conversão de Maia para GMT. Bem, depois de alguns estudos e comum acordo com a comunidade de malucos, três cientistas (Goodman, Martinez e Thompson) chegaram ao dia 21 de Dezembro de 2012 como o fim do calendário Maia. Sim, o mesmo 2012 do fim dos tempos predito por muitos e o mais novo blockbuster de Hollywood. Esses cientistas acreditam que completaria um ciclo inteiro desde a criação do calendário, em 3114 antes de cristo, chegando até a data de 13.0.0.0.0 do calendário Maia.

Depois de algum tempo disso postulado e consumado, surge um camarada chamado Andreas Fuls da Universidade Técnica de Berlin que refutou esses cálculos há três no seu trabalho de doutorado. Fuls acredita que o fim do calendário em 2012 estaria errado, e fazendo as contas baseado em dados astronômicos, como a posição de Vênus, relacionado com o que os Maias acreditavam, chegou ele à data de 21, 22 ou 23 de dezembro de 2220. O ponto central que Fuls discute é que os Maias não acreditavam que o fim do mundo iria ocorrer nessa data, mas sim o fim de sua folhinha pregada atrás da porta, cuja datação poderia voltar facilmente a ser 1.0.0.0.1.

Essa história ainda vai longe, pois outro cara chamado David Kelly, arqueologista, e um astrofísico chamado Eugene Milone disseram que os Maias talvez tivessem uma contagem ainda mais longa, chamada “Pictuns”, que seriam períodos de 20 “Baktuns”, ou 20 x 144.000 dias, que dariam 7890 anos. Pelo jeito Hollywood ainda vai poder filmar mais alguns filmes desse gênero se o precedentes não derem certo. Logo me vem à mente algumas perguntas: Porque alguém se importa com isso? Porque eu estou escrevendo sobre isso? Porque você ainda está lendo isso? Bem, melhor que ver a novela...


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A fé da Física

Que o fim do mundo não é assunto novo todo mundo sabe. A cada ano novas previsões arrasadoras são feitas por tudo quanto é tipo de gente, desde cientistas até mãe de santo. Fora os filmes de Hollywood que se superam em tentar encontrar alguma coerência de datas para acabar com o planeta em mais um Blockbuster. O filme da vez é sobre o calendário Maia que prediz o fim do mundo (deles) em 2012. Na verdade é que o cara que fazia o calendário não estava com saco pra escrever uma porrada de anos pra frente e acabou cansando no 2012, mas deixa essa história pra outro post. Mas o assunto aqui não é cinema.

Com o Grande Colisor de Partículas de Hádrons (LHC - Large Hadron Collider ) do CERN a disputa está grande para saber quem prediz melhor o fim do mundo. De buracos negros até anti-matéria, praticamente todos os experimentos ditam o fim da humanidade como conhecemos. Ontem li uma notícia que achei muito interessante. Dois físicos estão com uma teoria muito boa. Holger Bech Nielsen do Instituto Niels Bohr em Copenhagen e Masao Ninomiya do Instituto de Físca Teórica Yukawa em Tóquio colocaram suas idéias em dois documentos chamados “Teste de Efeitos do Futuro no Grade Colisor de Hádrons: uma Proposta”( Test of Effect From Future in Large Hadron Collider: a Proposal) e “Procurando por Influência do Futuro do LHC”( Search for Future Influence From LHC). Nesse documento sério, os doutores acreditam que o motivo do LHC não estar funcionando ainda, após mais de um ano de tentativas frustradas, não é devido só à má sorte. Segundo eles, um possível motivo seria uma influência do nosso futuro que estaria impedindo de alguma forma o funcionamento do LHC, evitando assim o fim da humanidade.

Seria como um neto voltando no tempo para salvar seu avô de ser atropelado por um ônibus. Nesse caso, alguém estaria influenciando o funcionamento do LHC impedindo que a humanidade fosse atropelada por esse ônibus. Os doutores propuseram uma série de testes para tentar provar algo mais que má sorte. Seria algo do tipo embaralhar um baralho onde uma carta de espadas estaria numa pilha entre cem milhões de cartas de copas, e se essa carta de espadas fosse sorteada, o LHC não iria rodar mesmo, ou não iria rodar com energia suficiente para resultados significativos, como por exemplo encontrar o Bóson de Higgs.

Essa teoria foi discutida em muitos blogs, alguns obviamente ridicularizam, mas depois do experimento do gato de Schrodinger, que estaria vivo e morto ao mesmo tempo, onde os físicos provaram que o elétron pode estar realmente em dois lugares ao mesmo tempo, não duvido de mais nada. A física está tomando caminhos complexos até para os próprios físicos entenderem. Viagens no tempo, Universos Paralelos, Multiversos, Teoria do Tudo, e mais um monte de teorias difíceis de engolir não são mais novidade nesse meio, e quem quiser entender a profundidade destas tem que ter uma mente muito aberta.

Será que Marty McFly e o Dr. Emmett Brown finalmente conseguiram inventar sua máquina? Bem, segundo a física moderna, em algum universo paralelo eles conseguiram. Acredite se quiser...

domingo, 18 de outubro de 2009

Um pouco mais brasileiro

"Um povo heróico gritou, e esse grito ecoou e foi ouvido, lá das magens tranquilas do rio Ipiranga. Naquele momento o sol, com seus raios brilhantes, mostrou-nos a liberdade. Se conseguimos conquistar com nosso braço forte a garantia de igualdade, junto à Liberdade desafiamos nosso peito contra a própria morte. Saúdo a minha pátria adorada a qual idolatro. Um sonho intenso, um raio vívido de amor e esperança desce à tua terra, Brasil, se a imagem do Cruzeiro brilha intensamente em teu céu risonho e claro. Gigante és pela prórpria natureza, és belo, és forte, corajoso e gigante. E teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada. Entre outras mil és tu, Brasil, ó pátria amada. Tu és mãe generosa dos filhos dessa terra. Pátria amada, Brasil. Ó Brasil, enfeite da América, brilhas iluminado ao sol do Novo Mundo, repousando num local maravilhoso, ao som do mar e sob a luz do céu profundo. Teus risonhos e lindos campos tem mais flores do que a terra mais enfeitada. Nossos bosques tem mais vida. Nossa vida dentro de ti tem mais amores. Saúdo a minha pátria adorada a qual idolatro. Brasil, que a bandeira que exibes estrelado seja símbolo de amor eterno. E que diga o verde e amarelo dessa bandeira "Paz no futuro e glória no passado". Tu verás que um filho teu não foge da luta, nem teme, aquele que te adora, a morte, se surgir da justiça a força maior. Terra adorada, entre outras mil tu és, Brasil, patria amada. Tu és mãe generosa dos filhos dessa terra. Pátria amada, Brasil."

Pena que poucos entendem o significado de ser brasileiro. Acreditam que é levar vantagem em tudo, em ter o jeitinho, desculpa para fazer o errado. Comprando produto pirata, furando fila, mascarando o imposto de renda. Sem educação e desinformado, o povo caminha para sua própria ruína, votando em dirigentes incompetentes e exploradores. Só lembram do país em copa do mundo, mas jogam lixo nas ruas no dia-a-dia. Povo ignorante, não sabe que não está levando vantagem, mas ficando para trás no desenvolvimento, e não percebem. Exportando matéria-prima eternamente à produzir material enriquecido com tecnologia, valorado, propiciando o desenvolvimento interno, agregando tecnologia. Inclusão digital é uma grande farça. Só aumenta a burrice, que agora é online, podendo-se ver erros ridículos de português em tudo quanto é local, coisa que se tivessem cursado a segunda série do primário não cometeriam. E ainda dão desculpa que é internetês, e aí vale tudo. Mais um jeitinho brasileiro. O câncer dessa terra.