quarta-feira, 29 de julho de 2009

H1N1

Mais comentado que a morte do Michael Jackson é a gripe H1N1. Como a grande maioria das notícias relatadas pela mídia, a “nova” gripe não tem muita coisa de especial em relação à gripe comum. O vírus H1N1 (chamado assim por conta de duas proteínas em sua superfície, Hemaglutinina e Neuraminidase) , tem a mesma composição da gripe espanhola, que matou de 50 a 100 milhões de pessoas de 1918 a 1919. Naquela época, a higiene não era uma coisa lá muito difundida, e assim como a peste negra, se tivessem tomado os devidos cuidados higiênicos muitos males poderiam ter sido evitados, como o simples ato de lavar as mãos, por exemplo. Aliás nem quero entrar muito nesse detalhe porque todas as vezes que entro no banheiro da empresa tenho a sensação que estou na Idade Média. Me pergunto: Como pessoas formadas, bem pagas, usam um banheiro dessa forma? Sem contar que a grande maioria sequer lava as mãos após o uso, sendo que o correto seria lavar as mão antes e depois de usar o banheiro, mas aí é demais.

Voltando ao assunto, a taxa de morte da gripe suína é de 0,5%, a mesma que a gripe normal. Não é para ficar desesperado e muito menos sentença de morte para quem pegou, como estão notociando por aí. Claro que como toda doença deve ser tratada e tomar todos os cuidados necessários para não transmití-la e obter a cura. Deve ser tratada como uma doença e não com "ah, isso não é nada". Mas o alarde da imprensa realmente chateia. O vírus da Influenza A possui as letras H e N conforme explicado acima, que variam de H 1 a 16 e de N 1 a 9, porém em humanos existem “somente” H 1, 2 e 3 e N 1 e 2. Normalmente a morte é causada por uma tempestade de citocina que ocorre no corpo, principalmente nos pulmões. Pra quem não lembra, a citocina é um grupo de moléculas do corpo que envia sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes. A coisa acontece assim: Quando o sistema imunológico está combatendo uma doença, a citocina manda sinais para as células de defesa do corpo (leucócitos) seguirem para o local da ocorrência. E a citocina ativa essas células de defesa estimulando-as a produzirem mais citocina. Normalmente o corpo controla esse ciclo de resposta porém algumas vezes a reação se torna incontrolável, e muitas células de defesa são ativadas num único local (ninguém sabe ao certo o motivo), destruindo tecidos e órgãos. Se essa tempestade ocorre nos pulmões, por exemplo, as células de defesa junto com os fluidos do pulmão impedem a passagem de ar, podendo levar à morte por insuficiência respiratória.

Essa gripe é um exemplo de pandemia (do Grego pan “todos” + demos “pessoas”) que pode ser muito comum nos tempos vindouros, já que cada vez mais o mundo torna-se globalizado e o avanço tecnológico tem seu preço. Que estejamos preparados.