quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A fé da Física

Que o fim do mundo não é assunto novo todo mundo sabe. A cada ano novas previsões arrasadoras são feitas por tudo quanto é tipo de gente, desde cientistas até mãe de santo. Fora os filmes de Hollywood que se superam em tentar encontrar alguma coerência de datas para acabar com o planeta em mais um Blockbuster. O filme da vez é sobre o calendário Maia que prediz o fim do mundo (deles) em 2012. Na verdade é que o cara que fazia o calendário não estava com saco pra escrever uma porrada de anos pra frente e acabou cansando no 2012, mas deixa essa história pra outro post. Mas o assunto aqui não é cinema.

Com o Grande Colisor de Partículas de Hádrons (LHC - Large Hadron Collider ) do CERN a disputa está grande para saber quem prediz melhor o fim do mundo. De buracos negros até anti-matéria, praticamente todos os experimentos ditam o fim da humanidade como conhecemos. Ontem li uma notícia que achei muito interessante. Dois físicos estão com uma teoria muito boa. Holger Bech Nielsen do Instituto Niels Bohr em Copenhagen e Masao Ninomiya do Instituto de Físca Teórica Yukawa em Tóquio colocaram suas idéias em dois documentos chamados “Teste de Efeitos do Futuro no Grade Colisor de Hádrons: uma Proposta”( Test of Effect From Future in Large Hadron Collider: a Proposal) e “Procurando por Influência do Futuro do LHC”( Search for Future Influence From LHC). Nesse documento sério, os doutores acreditam que o motivo do LHC não estar funcionando ainda, após mais de um ano de tentativas frustradas, não é devido só à má sorte. Segundo eles, um possível motivo seria uma influência do nosso futuro que estaria impedindo de alguma forma o funcionamento do LHC, evitando assim o fim da humanidade.

Seria como um neto voltando no tempo para salvar seu avô de ser atropelado por um ônibus. Nesse caso, alguém estaria influenciando o funcionamento do LHC impedindo que a humanidade fosse atropelada por esse ônibus. Os doutores propuseram uma série de testes para tentar provar algo mais que má sorte. Seria algo do tipo embaralhar um baralho onde uma carta de espadas estaria numa pilha entre cem milhões de cartas de copas, e se essa carta de espadas fosse sorteada, o LHC não iria rodar mesmo, ou não iria rodar com energia suficiente para resultados significativos, como por exemplo encontrar o Bóson de Higgs.

Essa teoria foi discutida em muitos blogs, alguns obviamente ridicularizam, mas depois do experimento do gato de Schrodinger, que estaria vivo e morto ao mesmo tempo, onde os físicos provaram que o elétron pode estar realmente em dois lugares ao mesmo tempo, não duvido de mais nada. A física está tomando caminhos complexos até para os próprios físicos entenderem. Viagens no tempo, Universos Paralelos, Multiversos, Teoria do Tudo, e mais um monte de teorias difíceis de engolir não são mais novidade nesse meio, e quem quiser entender a profundidade destas tem que ter uma mente muito aberta.

Será que Marty McFly e o Dr. Emmett Brown finalmente conseguiram inventar sua máquina? Bem, segundo a física moderna, em algum universo paralelo eles conseguiram. Acredite se quiser...

Um comentário:

Cristiano Silva disse...

Eis o ser humano: capaz admitir até a morte que Deus não existe, mas que uma influência do futuro acontece em seus experimentos.

Aproveitando o ensejo, indico um livro pequeno, nacional, e bom: A Revolução dos Q-Bits. É um livro que apresenta uma introdução à computação quântica, e para isso, faz uma revisão de todos os conceitos mais importantes da física e computação clássica até chegar à mecânica quântica. Pode-se ter um contato inicial com estas novas teorias, meio malucas, que Einsten morreu tentando combatê-las, originado a sua famosa frase "Deus não joga dados com o Universo". E mais interessante, este livro me levou a questionar o porque de certas pessoas buscarem uma espiritualidade neste novo universo de teorias quânticas.

O coração do homem é mesmo uma fábrica de ídolos.

Abraços.