quinta-feira, 8 de maio de 2008

Proibido Animais


Não importa aonde eu sente, que cinema eu vá, sempre atraio animais. Deveria existir uma placa proibindo os bichos dentro das sessões, mas mesmo assim as pessoas levam seus bichinhos e acham que estão agradando quem quer ver o filme. O bichinho pode até não ter culpa, coitado, por ser irracional, mas o dono deveria se tocar e ter um mínimo de educação e deixar seu pet em casa quando for para o cinema.


Ontem fui assistir Homem de Ferro, no Shopping Jardim Sul. Escolhi quarta-feira justamente porque no Shopping Jardim Sul não tem desconto de meia-entrada e assim as sessões ficam vazias, permitindo quem quer ver o filme realmente assisti-lo. Então, entrei primeiro, escolhi o lugar do meio pro fundo da sala e fiquei lá esperando. Eis então que as luzes se apagam e para minha surpresa uma menina entra com seu bichinho de estimação querido. Senta onde? Atrás da minha poltrona! É importante notar que esse tipo de pessoa entra com a sessão já rolando, para não dar tempo nem vontade de quem está lá mudar de lugar, pois está o maior breu e você pensa dez vezes antes de levantar. Bem, o fato é que entra a menina com seu namorado, no caso, o bichinho dela. E começa o filme e começa a anta a tagarelar. Foi o filme todo fazendo comentários ridículos, narrando as próximas cenas (parecia o Galvão Bueno), gritando a torto e à direito e chutando a minha cadeira. Ah, ele fazia os sons com a boca também, e talvez deveriam premiá-lo com o Oscar de melhor sonoplastia bucal. Fora as risadas fora de contexto (só quando ele entendia a piada) e o volume dessas risadas.

A pergunta que me fiz foi a seguinte: Por que será que um idiota como esse vai ver um filme como esse (de quadrinhos) em uma sessão como aquela num shopping como aquele? Não seria mais natural ele ir num sábado à noite, junto com um bando de adolescentes alucinados que também gritam como ele, atiram balas de goma na cabeça dos senhores e dão risada alta de cenas tristes? Por que uma anta acéfala lobotomizada dessas vai atrapalhar o pessoal que não é como ele, não se comporta como ele e tem algo que ele nunca vai ter que é educação? Será que ele achou que estava agradando? Que a maioria das pessoas não tem educação a gente já está careca de saber, mas foi por isso que escolhi aquela sessão, naquele cinema, naquele dia e naquele horário (20h40 da noite). Justamente para evitar os tigrões. Tigrão é aquela pessoa que se você está junto com ela você sente vergonha pela pessoa. Já sentiu isso? Essa pessoa sempre fala alto em locais públicos, arruma confusão, briga, ri em um milhão de decibéis, e atrapalha as sessões de cinema... O CHATO. Realmente é muito ruim ter que aguentar um treco desses ainda mais se você não está com o treco, mas apenas ficou perto por puro acidente.

Acho que vou criar o movimento “Não leve seu animal no cinema”. Será que a moda pega? Antes das sessões então deveríamos ter aqueles vídeos de proibido fumar, proibido celular e proibido animais. Deveríamos adestrar esses bichos ou então pedir encarecidamente às suas namoradas que não os levem junto. Deixe-os no pet-shop enquanto ela vê o filme.

Revolta é pouco. Mas o filme é muito bom. Vale a pena assistir, se você conseguir. Boa Sorte!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Divertidos e malucos


Estou lendo o segundo volume da série básica de 38 livros (isso mesmo, trinta e oito) do Terry Pratchett chamado “A Luz Fantástica”, da Editora Conrad. Essa série chamada Discworld conta a história de um Universo plano sobre as costas de quatro elefantes que por sua vez se equilibram no casco de uma gigante tartatuga, chamada Grande A'Tuin. Essa tartaruga vaga lentamente pelo vácuo do espaço. Essa série de livros já foi traduzida para 27 línguas, tamanha sua popularidade. Se você gosta de humor inglês, pode comprar sem medo de errar. Faço um pararelo do primeiro livro, chamado “A Cor da Magia”, onde tudo começa, com outra série de cinco livros do “Guia do Mochileiro das Galáxias” (Douglas Adams). Acredito que exista uma inspiração de Pratchett no Guia do Mochileiro (além de Tolkien, Robert Howard, H. P. Lovecraft e Shakespeare) pois ambos os livros contam histórias absurdas em situações mais absurdas ainda, basicamente com duas pessoas principais e um acompanhante engraçado, que no caso do livro de Pratchett é a bagagem de um dos personagens que é “viva” através de um tipo de magia. No livro de Douglas Adams é o Marvin, o divertidíssimo robô depressivo que acompanha Arthur Dent e Ford Prefect. Já no livro de Pratchett a bagagem acompanha a viagem de Duasflor e o mago Rincewind. A séria do mochileiro saiu em 1978 no rádio e virou livro em 1979. O Discworld teve sua primeira publicação em 1983.


Essa série de livros tem como objetivo principal não ter objetivo nenhum, e você se vê num ambiente completamente pirado, com tiradas de humor geniais e outras tão malucas que a risada é a sua única companheira. Difícil explicar o que se trata, já que não se trata de nada plausível. O livro de Pratchett (Série Discworld – A Cor da Magia) conta histórias sobre esse universo maluco e as trapalhadas do mago Rincewind (nos primeiros volumes). O livro de Douglas Adams (Série Guia do Mochileiro) baseia-se nas aventuras de Arthur Dent, da Inglaterra, na situação em que o planeta Terra está sendo destruído (ou demolido) pelos Vogons para a construção de uma via expressa hiperespacial (!), que por acaso passaria por aqui. Idéias absurdas e aventuras divertidas é o que essas duas séries conferem para quem a experimenta. Não dá para explicar muito mas vale a pena ler. Recentemente saiu um filme do Guia do Mochileiro das Galáxias, mas nem se compara ao livro.

Existem frases malucas e aparentemente soltas no livro como por exemplo no Guia do Mochileiro: “A poesia vogon é, como todos sabem, a terceira pior do Universo. Em segundo lugar vem a poesia dos azgodos de Kria. Durante um recital em que seu Mestre Poeta, Gruntos, o Flatulento, leu sua 'Ode ao pedacinho de massa de vidraceiro verde que encontrei no meu sovaco numa manhã de verão', quatro pessoas da platéia morreram de hemorragia interna, e o presidente do Conselho Centro-Galático de Marmelada Artística só conseguiu sobreviver roendo uma de suas próprias pernas completamente. (...) A pior poesia de todas desapareceu com sua criadora, Paula Nancy Millstone Jennings, de Greenbridge, Essex, Inglaterra, com a destruição do planeta Terra.” - O Guia do Mochileiro das Galáxias, capítulo 7, página 71. Esse trecho é uma brincadeira de Adams para com seu amigo de escola Paul Neil Milne Johnstone. Já o livro de Pratchett conta com situações também divertidas como por exemplo a explicação da palavra Taumo: “Taumo é a unidade básica de força mágica. Foi estabelecido universalmente como a quantidade de magia necessária para fazer surgir um pombinho branco ou três bolas de bilhar de tamanho padrão”. A Luz Fantástica, página 40.


Curiosidades à parte, um site tradutor online famoso é o babel fish, que tem esse nome devido à uma referência no livro do Guia do Mochileiro das Galáxias de um peixe chamado Peixe Babel usado para tradução simultânea quando enfiado no ouvido.


Vale a pena conferir.