segunda-feira, 17 de março de 2008

(De) Serviço


Por que será que a área de serviços no Brasil é tão ruim? Pra onde a gente olha é uma coisa pior que a outra. Pense em um serviço no Brasil que funcione direito... Ah tá, pensou em um, né? Agora, quanto ele custa? É caro, né? Pois é, os serviços razoáveis são impagáveis. Os pagáveis são imprestáveis. E assim caminha o povo brasileiro, acostumado a votar no Lula porque vai ganhar 100 cruzeiro no final do mês por ninhada de filho que tiver.

Esses dias me ligaram da TV a cabo pra fazer uma troca pela TV digital. Ótimo, pensei, pois vou ter os mesmos canais e mais o telefone deles e pagar menos. Ah tá, claro que foi assim fácil. Primeiro a coisa não funcionava, e eu ligando no maldito telefone do call center para ouvir aquele bacanal de gerundismo costumeiro e muita demora para o camarada conseguir ao menos entender o que eu estava dizendo. Eu dizia, “não funciona” e ele dizia: “Então veja o código do cartão atrás do aparelho”. Eu replicava: “Não tem cartão atrás do aparelho, o meu fica na frente do aparelho e não tem número nenhum nele”. “TEM SIM, SENHOR! O CARTÃO ESTÁ ATRÁS DO APARELHO”, esbravejava a fulaninha ao telefone. Eu tentava calmamente dizer para a anta que meu cartão vinha na frente do aparelho e desprovido de código, onde teria que arrancar o cartão pra ver o tal código. Ela esbravejava mais ainda, com toda a força de seus pulmões, como se estivesse com o namorado na linha após descobrir que ele traçou a sua melhor amiga: “É ATRÁS DO APARELHO E NÃO É PRA TIRAR O CARTÃO!”. Bem, eu tentava replicar de novo mas a ligação era interrompida, pois a fulaninha traída desligava na minha cara. O parto durou com mais três atendentes, até que enfim consegui falar com um ser humano, com pelo menos dois neurônios, que ao invés de descontar sua doença sexual em mim resolveu entender o que estava acontecendo. Ai ele disse: “Ahhhh, o senhor deve estar com o modelo novo de aparelho”... Ou seja, tinham instalado aparelhos novos e simplesmente esqueceram de adestrar os funcionários do call center, jogando biscoitinhos para eles e mandando-os pular nas argolas certas. Bem, nem preciso dizer que TV a cabo era essa, mas já digo que é uma famosa de São Paulo.

Mas a coisa não fica muito diferente não. Qualquer uma é a mesma coisa. Quando te vendem, normalmente te enganam, pois contam com a justiça brasileira, que é uma verdadeira piada. Se eu resolvesse processar essa empresa levaria uns bons vinte anos e provavelmente ela ganharia o processo. Telefonia então nem se fala. Nada presta. Você vai de uma operadora pra outra e a coisa continua igual. Hoje achei uma que mais ou menos funciona e graças a Deus não preciso ligar pro serviço de call center. Mas quase todos os serviços no Brasil são assim, desde bancos até moto boy. Nada funciona direito. Até quando será que deveremos ficar nessa inércia de ter que engolir o que tem por aí? Acho que a solução é o voto, melhorando a qualidade do que está lá no congresso, para que possam fazer cumprir as leis e os processos durarem menos. Aí, se todos processam com chances de ver sua causa ganha, talvez as empresas comecem a fazer serviços melhores, com medo da justiça. Hoje a justiça só assusta pobre, pois para pobre ela existe mas para rico existe jurisprudência. É isso.

sexta-feira, 14 de março de 2008

O Físico, mas é o médico


Acabei de ler o livro “O Físico”. Apesar de ter esse título, o nome deveria ser “O Médico”, já que em inglês chama-se “The Physician”, ou seja, O M-é-d-i-c-o. Já físico em inglês é Physicist, e realmente dá pra confundir, mas não dá é pra traduzir assim e ninguém ter a curiosidade de pegar um dicionário e dizer: “Ô cara, é Médico e não Físico”. O pior é que a história passa-se no ano de 1030 mais ou menos, ou seja, nem existia essa profissão. E ainda além da tradução, colocaram abaixo do título “A epopéia de um médico medieval”. Aí é demais... Mas, deixa pra lá, vamos comentar o livro ao invés de meter o pau no tradutor.

O Físico é um livro muito bem escrito pelo autor Noah Gordon. Acho que esse livro é um dos melhores dele, pois tem mais notas no site da Amazon. Ele também escreveu “The Rabbi” e “Shaman”, mas não os li. A história acontece no século XI e trata-se da saga de um sujeito chamado Rob J. Cole, órfão de pai e mãe, a tornar-se médico, naquela época. Bem, realmente é uma saga, pois existia um grave problema em estudar medicina na idade média, pois a igreja era um verdadeiro câncer no mundo e dominava quase todas as áreas, colocando proibições e matando gente a torto e a direito. Não se podia abrir os mortos para estudar seus órgãos, pois era profanação, tanto no cristianismo quanto em outras religiões. Nosso protagonista quer estudar na Pérsia, onde existia a melhor escola de medicina. O autor detalha bem os modos e costumes de cada região entre a europa e o oriente médio bem como o povo que lá habitava. É um livro ótimo, dotado de um certo drama, passando por situações cômicas mas sem perder o objetivo. Imagino um médico nos dias de hoje lendo a respeito de seu trabalho de hoje exercido na idade média, sendo esse livro um deleite para quem estuda essa magnífica profissão.

Noah estudou muito a história para relatar com uma incrível precisão as regiões e religiões pregadas na época, e a dificuldade que o mundo vivia com guerras (santas ou não), política e miséria.

Deixando uma bonita mensagem de persistência e determinação, o Físico motiva a leitura a cada página, apesar de seu conteúdo ser bem grandinho, chegando a quase seiscentas páginas. O prazer em ler é aumentado enquanto se adentra às suas páginas, e quanto mais vai chegando no final mais você quer ler e descobrir o que acontece. Tem um mix de geografia, história, religião que faz a gente imaginar como era viver naquela época. Eu achava o mundo de hoje difícil, mas antigamente era muito mais complicado. Não sei como a humanidade sobreviveu à Idade Média. Era uma podridão tanto de pensamentos quanto de ambiente. As pessoas achavam normal condenar alguém por bruxaria e dar cabo da vida do indivíduo jogando-o em um rio, amarrado dentro de um saco com uma pedra, uma cobra e um galo dentro do saco. É muito absurdo para crer que isso realmente existiu e foi apoiado pela igreja, reis e o próprio povo. Não quero estragar o seu prazer e contar partes do livro, por isso eu recomendo fortemente.

quinta-feira, 13 de março de 2008

O Mal Residente, e persistente


Após assistir Resident Evil 3 me deu uma louca vontade de comentar o filme aqui. Não que fosse o objetivo desse blog, mas como esse blog não tem objetivos lá muito claros, vou me dedicar ao ato de comentarista de filme desta vez. Bem, retornando ao assunto do filme... Gente, que porcaria... Olha, antes de mais nada já vou dizendo que sou fã de jogos de video game, e que joguei muito Resident Evil 2 no Playstation 1, joguei Resident Evil 4 no Wii e assisti e gostei do primeiro filme. Já o segundo eu detestei e esse terceiro... afe... É possível ver alguma coisa de bom no filme, pois os efeitos são bons, a maquete de Las Vegas é bem feita, a maquiagem de alguns mortos-vivos são boas, mas no geral o filme é podre. Também não era de se esperar muita coisa, já que é filme pra vender com alto teor apelativo e tal, mas não precisava cagar no pau do jeito que fizeram. Fui investigar a “carreira” do diretor Russell Mulcahy. Olha só, ele está filmando O Escorpião Rei novo, portanto fiquem espertos.

Até que algumas coisas salvam o filme:

1) Milla Jovovich;
2) Milla Jovovich atuando com Milla Jovovich (sim, eu considero a atriz/modelo/salvadora do mundo uma das mais bonitas pessoas existentes na face da Terra. E a Terra atual, sem mortos-vivos);
3) Ali Larter (a loira Niki Sanders do Heroes);
4) As duas aparecendo juntas.

Olha, já tiramos quatro coisas boas no filme... Bom, né?

O filme é coisa é ruim mesmo. História mal-contada, sem graça, boba, enfim... Vá ser ruim lá na casa do chapéu. Mas eu precisava assistir para dar meu parecer, por isso esperei chegar em DVD. Não vou pagar 20 mangos para ir no cinema assistir uma coisa dessas. Primeiro porque cinema já está complicado de ir, pois além de caro é chato demais (depois falo mais sobre isso), e além disso minha namorada iria querer me matar devagar e com muito sofrimento. Fora a dívida eterna que iria ganhar de ter que assistir esses filminhos bobos de história romântica no cinema. Ah não vale a pena. Uma certa ocasião da minha vida eu tive que ver Legalmente Loira 2 no cinema! Cê não leu direito... Legalmente Loira DOIS! Eu nem tinha assistido o um. Nem vou perder tempo de comentar isso, mas só uma idéia do que eu tive que ver. Pelo menos essa ficou a dívida eterna dela. Ontem assisti sozinho no meu quarto para não receber dívidas de ninguém, já sabendo o que viria por aí. E olha que acertei... Bom, meu conselho: Não assista. É melhor assistir a novela. Ruim por ruim pelo menos é de graça.

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Ser e o tempo... ou seria o ser sem tempo?


Meu dia precisa ter 36 horas. Estou pensando em fazer algum tipo de abaixo assinado às pessoas que querem que seus dias sejam aumentados de tamanho, pois as meras vinte e quatro horas não dão pra nada. Sim meu amigo, o mundo mudou. E parece que muitas coisas pioraram com essas mudanças. Uma delas foi que o tempo escafedeu-se. Ninguém tem tempo pra nada. Eu tenho dezenas de atividades diárias que gostaria de fazer ao menos por um breve período de tempo mas muitas vezes estou ocupado demais ou esgotado demais. Estou terminando um livro de quase quinhentas e cinquenta páginas e nunca consigo ler as trinta últimas páginas. Sempre que vou ler o sono vem e diz: “Ok, ok, larga isso que agora é minha vez...”. Quando acordo então parece que sempre é a “pegadinha do malandro”, e alguém vai aparecer e dizer: “Dorme filho, ainda são duas da manhã”. O problema é que até hoje o horário sempre é o certo mesmo, aquele em que devo começar o dia. Apesar de feio, até gostaria de ver o Sérgio Malandro dizendo que é pegadinha só pra poder dormir mais um pouco. “Rá!”.

Ninguém me tira da cabeça que a culpa disso é a tecnologia. Eu acredito que a tecnologia veio para atrapalhar a humanidade. Antes as coisas eram mais lentas, mas e daí? Quem se importa? Antes as pessoas viviam, passeavam nos bosques, namoravam, comiam pipoca na praça, tinham tempo! Hoje passeios são rápidos e a gente sempre reclama do trânsito. Chegamos já pensando em voltar. Namoro é só virtual, ou então as namoradas são apreciadas apenas nos finais de semana quando ambos estão ocupadíssimos resolvendo as pendências da semana. Minha namorada sempre diz: “Esse sábado não vai ser sábado, né?” Com olhar pesaroso digo: “Não vai. Temos um zilhão de compromissos.” Aí é acordar cedo, encher o tanque e completar todas as quests diárias. E sempre fica algo pra semana que vem. Não tá dando mais. Por isso vou reinvidicar meu dia de trinta e seis horas. Vou criar o movimento dos sem tempo. Vou pra brasília, carregando um facão na cinta e fazer a maior algazarra na frente do planalto. Não é possível, aguém precisa mudar isso.

Com o avanço da tecnologia, a duração do dia tem que mudar também. Alguém tem que fazer a Terra girar mais devagar em torno de si mesma para dar tempo de fazermos todas as atividades. E aproveita e faz ela girar em torno do Sol mais devagar também. O ano voa. Quando a gente vê já tem um cara de vermelho e barba branca nos shoppings. Absurdo! Vocês tem noção que já é páscoa? O ano nem começou!

Bem, então voltando a falar da tecnologia: No supermercado aquela cena ridícula: A caixa com um produto tentando passar no visor da porcaria da máquina que NUNCA funciona. Aí ela desiste após alguns segundos, dá aquela bufada básica e se prontifica a digitar oitocentos dígitos do código do produto, que nunca tem menos que isso. Passa mais um, passa outro e advinha só: Mais um para ser digitado! Enquanto isso a fila está lá na pompéia (eu moro na zona sul). Quando acaba o suplício, vem o pagamento. Outra novela. “O cartão não está passando”, ela diz. O cartão não passa... não passa de um tormento, isso sim. Antes o povo chegava, jogava o dinheiro e ia embora. Por isso os supermercados hoje colocam aquele corredor de produtos antes de você chegar no caixa. Desde pilha à fraldas, esses produtos devem vender muito porque a pessoa que está na fila permanece muito tempo esperando, e para curar o tédio pega mais alguma coisa pra comprar e para passar no leitor, que não funciona, à propósito.

E catraca de prédio então! Nossa, essa é campeã. Não sei qual é a dificuldade de fazer um sistema de catracas que funcione. Sou programador e imagino que em meia hora mais ou menos é possível desenvolver um programa desses, com apenas duas variáveis. Mas eu nunca vi um sistema de catracas que funcionasse. Sempre dá aquela travada e você deita de bruços para a alegria dos seguranças. Será que eles é que bloqueiam a catraca? Hum... não tinha pensado nisso... Mas que filhos da P...

Vamos falar de elevadores agora... Lindos, se funcionassem. Às vezes a luz de um acende, o outro apita e um terceiro que abre. É a teoria do contra-pé, como meu amigo diz. Você fica igual a uma mosca de padaria, não sabendo pra onde ir com a zona do sistema.

Outra característica da falta de tempo: Eu gosto de ler livros. Tenho comprados e parados na minha estante cerca de doze livros esperando por minha leitura. Minha pilha de gibis não lidos também aumenta exponencialmente a cada mês. Os filmes em DVD que compro ou alugo ficam boiando lá e nunca dá tempo de assistir. E a culpa é de quem? Da falta de tempo! Tem horas que nem no banheiro dá tempo de ir. Vou colocar um pinico aqui do lado da minha mesa.

Vamos nos unir em prol desse movimento! Quero meu dia com trinta e seis horas! E tenho dito.

PS: O Ser e o Tempo é um livro de filosofia no qual eu também não tive tempo de ler.

quinta-feira, 6 de março de 2008

O humor.

Devido aos últimos dois artigos serem demasiados sérios, vou dar uma quebrada no gelo e escrever algo mais descontraído. Pensando nisso ontem tive a idéia de escrever sobre o humor. Qual seu tipo de humor?

Como funciona o humor em cada pessoa é sobre o que gostaria de discutir aqui. As pessoas dão risada de coisas diferentes, em momentos diferentes, embora seja a mesma piada. Acho que o humor divide-se em pastelão, humor inteligente e humor negro ou apelativo. Quem tem facilidade de rir com frases do tipo “Tinha um pintinho chamado Relan. Toda vez que chovia, Relan piava...” pode apostar que se diverte com um humor pastelão, aquele que privilegia a idiotice do protagonista. A pessoa normalmente gosta de Chaves e já viu Corra que a Polícia Vem Aí umas dez vezes e trocadilhos fazem parte de todas as piadas engraçadas que ela já ouviu. Já um humor inteligente é preciso ser construído de forma que leve o ouvinte a uma conclusão, sem entregar a piada de mão beijada. E por fim humor negro ou apelativo é aquela coisa... “Mamãe, porque eu só ando em círculos?” E a mãe responde: “Cala a boca se não prego o outro pé”. Negro. Podre.

O engraçado disso tudo é que apesar dessa divisão, a maioria das pessoas dão risada com uma boa piada, seja ela pastelão, inteligente ou de humor negro, principalmente se combinar esses três elementos. Se o contador da piada for bom ajuda bastante também. Contar piada é um dom. Não é para qualquer um. Tem gente até que antes de contar a piada já diz que ela não sabe contar e fica mais engraçado se fulano de tal contasse aquela piada. Você normalmente escuta por consideração, ou porque você tem a habilidade de contar a piada e pode usá-la do seu modo, enfim, mas normalmente não tem a menor graça. Você ri da cara da pessoa que se esborracha de rir. Aliás, quem não sabe contar piada normalmente ri de suas próprias piadas. Engraçado isso... E aqueles então que contam o fim da piada logo de cara, do tipo: “Conta aquela da loira que passa branquinho no monitor quando erra...” Meu filho, você acabou de estragar uma piada que já era uma porcaria.

Alguns tem o dom de contar “causos” pessoais que são muito engraçados. Meu tio por exemplo, corinthiano fanático, foi em plena decisão do campeonato (sim, faz tempo) obrigado a ir em uma festinha infantil. Que lindo, aquele bando de crianças alucinadas correndo e gritando e ele parecendo um drogado procurando uma TV onde pudesse ver o jogo que estava para começar. Achou que na sala da casa seria o melhor local, pois a criançada fazia a festa no quintal, e ali seria um oásis em pleno Saara, longe de todos. Ligou a TV e ficou ali torcendo. Jogo difícil e tal, e ele tenso, sem olhar para o lado. Eis que do mais completo nada surge uma menininha de uns quatro anos que entra quietinha, vê meu tio ali na sala e pára do lado dele. “Tio, o que cê tá fazendo?” E meu tio: “Vendo o jogo, querida”, já puto da vida que alguém o descobriu. Alguns segundos de silêncio depois a menininha: “Quem tá jogando, tio?” “O Corinthians, querida... Olha vá brincar lá fora, vai?” Nisso a menina fala: “Tá bom, então segura minha bala que não quero mais”. Meu tio simplesmente abre a mão e a menina deposita uma bala de menta completamente melada e babada na mão dele. Nisso, uma bola na trave é chutada pelo jogador corinthiano e meu tio leva a mão na testa, fazendo aquele famoso “puta que pariu...”. A bala gruda na testa e lá permanece, pois a tensão do jogo é tanta que ele nem percebe. Bem, daí cê já pode imaginar como foi quando alguém percebeu... O legal é ver ele contando. Eu passei mal de rir nesse dia. Meu tio sabe contar um caso. Uma coisa trágica fica muito engraçada.

Tenho um amigo que também tem esse dom. É impossível ficar perto dele por muito tempo sem rir. Ele é muito engraçado. Você provavelmente tem um amigo assim. Normalmente essas pessoas combinam os tipos de humor muito bem, e a coisa fica boa mesmo que não seja seu gênero preferido. O humor negro pode englobar várias coisas, como por exemplo Arnaldo Jabor. Seu humor é sarcástico, ácido e com muita ironia. Eu gosto muito dele porque afinal é o Arnaldo Jabor, mas confesso que não é meu gênero preferido. Apesar disso, ouço atentamente a cada um de seus comentários. Ele tem o dom. Faz quem não gosta de ironias gostar de seus textos.

O duro mesmo é aguentar gente chata que se acha engraçada. O humor pode se transformar em ódio rapidamente quando você chega naquela festa e lá vem o Osvaldão de novo, normalmente bêbado parecendo um siri andando de lado, com a latinha em uma “garra” e o cigarro na outra, contar aquela piada manjada... de novo! Isso é mais chato que dançar com a irmã na festa, vou confessar. Claro que Osvaldão é maneira de dizer, como poderia ser o Jorjão, o Marcão, o Paulão e por aí vai. Será que os “ãos” não sabem contar piada? Deveria existir um curso para esse tipo. “Aprenda a contar piada em duas semanas”. Ou então: “Livre-se do vício de querer sempre contar a piada que você já contou”. Ah, seria bom...

Vou começar a dar prioridade aos textos leves, mais humorísticos. Um blog para sorrir. :-)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Polêmica opinada


Quando começa a vida? Difícil essa? Então vou mandar outra: Quando começa a morte? Pois é... teorias mil... Vamos pegar a pergunta de quando começa a morte, ou mais simples ainda, quando uma pessoa é declarada morta? Para as leis brasileiras é considerada morta uma pessoa que interrompeu suas atividades cerebrais, ou seja, quando o cérebro pifa. O coração pode estar batendo lá, mas se não existir atividade cerebral a pessoa é considerada morta e seus órgãos podem ser doados com autorização legal. Para a pergunta sobre como começa a vida também temos mil teorias, como por exemplo a defendida pela Igreja, que a vida começa na fecundação, ou para os cientistas, em que a vida começa com a formação do encéfalo, no décimo quarto dia de desenvolvimento do embrião, pois assim como a morte é definida como a parada do cérebro a vida tem início com a formação do mesmo.


Isso vem de definições da sociedade, que escolheu algumas formas de lidar com a organização de seus membros. E sobre a eutanásia? Nossa, mais quebra-pau. Defensores ferrenhos se esbravejam e mandam cadeiradas uns aos outros querendo deter a verdade de seus pontos de vista. O fato é que é preciso definir algum fim para a questão para que isso seja seguido sem mais discussões. Tá, mas continua sendo um assunto polêmico, você poderia me dizer. Você poderia me dizer ainda: Onde você quer chegar com esse artigo? Eu gostaria de chegar a um ponto sem ser pedante ou lunático, ou até mesmo sem querer ser o dono da verdade, colocando aqui meu ponto de vista.


Em minha humilde opinião, não acho correto fazer testes com embriões e explico a seguir o motivo. Quando a sociedade briga por opiniões, normalmente faz-se uma votação, onde a livre escolha do povo dita o que deverá ser seguido. Foi assim com o desarmamento. Poderia ser assim com o teste de embriões? Eu acho que não. Poderia ter votação para a legalização do aborto? Também acho que não. Existem coisas que vem de um senso moral maior, que não pode ser definido por voto. Esse senso moral para mim vem de Deus, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Dos três? Não, de um só. Imagine o sol que você conhece. Imagine a luz do sol. Agora imagine o calor do sol. Deus, poderia ser entendido numa alusão simples e direta como sendo o sol. A luz como sendo Jesus e o calor como sendo o Espírito Santo. Um só, sendo três.


Complexo, mas o assunto agora não é esse. O assunto é sobre fazer ou não testes com embriões. A alegação dos cientistas é que os embriões são descartados após três anos de congelamento, então não teria problema fazer testes com eles, pois seriam descartados de qualquer forma. Mas aí podemos ter a pergunta: É certo termos embriões congelados? Iiii, lá vem... Pois é, venho com minhas opiniões. Como cristão e como cidadão de um Estado Laico (apartado da igreja) posso ter opiniões divergentes, mas a base de minhas opiniões vem do fato da cristandade presente em mim, regrada por um Deus maior que inseriu em todos nós o senso moral, presente em qualquer pessoa existente no mundo, mesmo em tribos afastadas, sem contato com o mundo exterior. Assassinar alguém é errado para qualquer um (tá, talvez menos para Kant , mas eu perguntaria a ele então se matar sua mulher e filhos não seria errado).


Assim como o assassinato é errado, no caso do embrião fecundado para mim a vida começou ali. Um sopro de vida, como define a Bíblia quando Deus fez o homem pela primeira vez (Gn. 2:7). Acho que não precisa de interpretações para se definir que a fecundação é o início da vida. E não seu tempo de desenvolvimento. Seria quase como sacrificar os fetos se houvesse diagnóstico de má formação no encéfalo, não dando chances de correções que muitas vezes acontecem e os médicos tendem a dar o braço a torcer entitulando o fato como “milagre”. Posso ter exagerado, mas a situação não é muito diferente do exemplo dado. Não acho justo dizimar os embriões em busca de ciência. Não tenho nada contra à transfusões de sangue, nem à dissecação dos mortos, pois Jesus veio para nos poupar de toda a lei judaica impossível de ser cumprida senão por Ele. Também estamos livres das interpretações equivocadas da igreja da idade média, em que condenava tudo e todos dando as costas para as escrituras sagradas (Danke schön Lutero). Mas assassinato pra mim continua errado. E descartar um embrião não é certo, em minha opinião. Temos que avançar, mas não a todo custo. Será que não dá pra pensar em outra solução além de células-tronco? Será que não podemos pensar em outras soluções além das guerras, sendo estas o único meio possível imaginado?


Eu acredito que se avançarmos um pouco mais por outras fontes, será possível um outro meio para essas pesquisas serem realizadas, como o caso do pesquisador que conseguiu células parecidas com as células-tronco através da pele, com genes inseridos na célula com ajuda de um retrovírus. Logo depois foi-se discutido que isso não substituia o uso de células-tronco pois ativava células normalmente inativas da pele, aumentando o risco de tumores e outras coisas mais complexas. Em resumo: Teve-se um avanço considerável com essa pesquisa e a partir disso acredito que possamos ter outros meios antes considerados sem alternativa pela maior parte dos pesquisadores.


Ainda temos muitos preconceitos depois da igreja ter tocado fogo em quem achava que a terra não era o centro do universo, e proibido uma série de coisas que atravancaram o avanço de diversas áreas alegando bruxaria, mas não podemos generalizar as coisas. As leis cerimoniais podem ter sidos abolidas, mas as leis morais permanecerão para sempre, se Deus quiser.

terça-feira, 4 de março de 2008

Guerra, ignorância e poder.

Devido ao barulho em torno de uma possível guerra na América do Sul, resolvi escrever sobre o assunto, talvez malhado e bem difundido porém importante.

Primeiramente, o que aquele Hugo Chávez quer da vida? Impressionante como existem pessoas que querem ver o circo pegar fogo. Eu conheço algumas pessoas assim. Na maioria dos casos as pessoas que conheço necessitam de atenção, aí criam intrigas, colocam um contra o outro, geram boatos só pra ficar assistindo uma boa briga e dizer que foi ela que começou. Devem ser fãs de Big Brother e aqueles programas que confrontam opiniões polêmicas e tal.

O presidente da Venezuela quer mais poder, e a custo bélico é claro. O camarada está financiando as Farc, olha que beleza! Inclusive nos registros dos computadores apreendidos onde morreu Reyes, no Equador, existe uma negociação para a compra de urânio (!) pelas Farc. Eu não duvido nada que isso tenha vindo do camarada lá da Venezuela, porém a coisa está ficando mais feia que aparentemente estava. Teremos em breve terrorismo profissional, digno de elogios de Osama, em plena América do Sul. Tudo isso porque existem egos envolvidos e loucos por (e no) poder. Não vai demorar muito para o Tio Sam entrar na briga, aí a coisa vai ficar realmente feia. Até agora estamos com negociações da OEA (Organização dos Estados Americanos) no caso, mas não sei se vai ser possível evitar uma possível guerra desses países.

O Brasil nisso tudo até que está tentando desempenhar seu papel de paz e tal mas o que mais intriga é que não ouvi nenhum pronunciamento do nosso ministro da defesa. Não que fosse mandar exércitos para a fronteira como fez Hugo Chávez, mas pelo menos para dizer que não vai fazer nada a respeito.

O fato é que a Venezuela quer brigar com alguém. Quem lhe der atenção poderá participar de uma boa briga em busca de poder, e ver seu país arrasado, as pessoas desabrigadas, as guerrilhas maiores, a barbárie nas ruas e dois velhos loucos felizes.