quinta-feira, 17 de julho de 2008

Existe vida após a chamada?


Iniciamos uma discussão sobre o ódio dos homens às chamadas telefônicas. Para algumas pessoas, o telefone é mal visto, sendo totalmente dispensável e quiçá substituível facilmente por um e-mail ou MSN. Qual seria o motivo que a maioria dos indivíduos do sexo masculino usam pouco ou quase nunca utilizam o telefone ou o celular?

O homem, diferente da mulher, é um ser mais prático, como sabemos, e assim perde a necessidade de ver uma joaninha amarela e querer logo contar aos amigos a grande descoberta entomológica. Mas mulher não é assim. Ah, não mesmo. Só para se ter uma idéia, certa vez minha namorada e eu estavamos indo para a casa dela e conversávamos sobre um assunto importante, quando o seu celular tocou. Era minha sogra dizendo que havia experimentado a saia de minha namorada. Após uns quinze minutos de conversa, ela desligou. “Sim, mas e aí? Rasgou a saia?” perguntei eu, indignado. “Não...” respondeu minha namorada querendo retomar o assunto original, fazendo de conta que a chamada nunca tivesse existido. “Certo, mas então pegou fogo no fogão enquanto ela experimentava a saia?” Nisso um olhar gélido me foi direcionado pela outra parte, já querendo me mandar fazer algo que não iria fazer nem sob tortura.

O que importa é que estava tentando descobrir o motivo de tal ligação, já que imaginei que não haveria motivo para tal pois estávamos indo para a casa de minha sogra e ela sabia disso (havia ligado antes, rá!) e se estava ligando naquele momento algo importante deveria ser avisado, certo? Pois é, me enganei. Era só pra dizer que ela experimentou a saia. É, então... Colocou a saia! Colocou, tirou e guardou! Nada mais. Fiquei impressionado. Me fez refletir sobre meu ódio às chamadas telefônicas que até então não sabia o por quê. Não tinha nada contra telefonemas. Seria algo como as músicas que tocam nas novelas, talvez? A música pode até ser boa, mas quando começa a tocar na novela você não pode ouvir mais de dois segundos que já muda a estação do rádio. Enjoa. Pega trauma. O mesmo trauma que as mulheres nos colocaram. Como para elas é completamente normal e absurdo se não existisse uma chamada para dizer que colocou uma saia (e só), para nós é absurdo tamanha falta de necessidade uma ligação dessas. É óbvio que mulher fala mais, gasta mais tempo falando, etc, mas falar no telefone é um negócio um tanto incômodo, chato, te ocupa a mão, uma orelha, quando não ambas no revezamento, e ficam pegando fogo após alguns poucos minutos e normalmente interrompem algo que você estava fazendo. Por isso telefone é para dar um recado, dizer uma notícia breve, falar pouco e não passar horas contando que colocou a saia.

O filme da Pixar, Wall-E, mostra uma espécie de telefone/internet/video chamada do futuro onde todas as pessoas só se comunicam via esse serviço, não mantendo mais contato físico com a outra parte. Uma previsão pessimista que o futuro nos aguarda. Bem, se depender das mulheres já chegamos lá. Agora vou acabar logo esse artigo que meu telefone está tocando... “Alô... Oi amor... Sim, almocei bem... Sim... Ahã... Escrevendo... é...”

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